domingo, 31 de maio de 2015

POEMA DO DOMINGO




Faz de conta

Cada dia, cada hora,
você escolhe,
se ri ou chora.

Cada vez, cada momento,
Você acolhe
Gozo ou tormento.

Ratos amestrados,
Somos cúmplices
Do bom passado.

Errantes Peter Pan
Desconstruímos
O amanhã.

Viver no mundo
Do faz de conta
É mais profundo.

Viver sem vida
Aqui agora
Tou fora!

F. Mozart

sábado, 30 de maio de 2015

Bob Motta no "Alô"

Bob Motta, o trovador do sertão, vai cantar hoje na Rádio Tabajara PB AM, no "Alô comunidade", 14h.

Roberto Coutinho da Motta, o poeta Bob Motta que é da Academia de Trovas do Rio Grande do Norte, da União Brasileira de Trovadores - UBT – RN, do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte e da Academia de Cordel do Vale do Paraíba, comparece hoje no Alô comunidade, na sessão MPPQ, com um rojão em prosa, verso e música.

Comunicador de Itabaiana/PB participa de programa na Rádio Tabajara, neste sábado (30)

O comunicador da Rádio Comunitária Rainha, Adailton Macário Ramos, de Itabaiana, Paraíba, participa na tarde deste sábado, 30 de maio, do programa “Alô comunidade”, produção da Rádio Comunitária Zumbi dos Palmares, transmitido pela Rádio Tabajara da Paraíba e retransmitido por mais de quinze rádios comunitárias e rádios a cabo, também com transmissão em tempo real pela Rádio Web Comunitária Porto do Capim, da capital paraibana.

O programa tem início às 14 horas, com apresentação de Fábio Mozart e produção de Dalmo Oliveira, técnica de som a cargo de Maurício Mesquita.
Ao longo da entrevista, os ouvintes poderão participar pelo telefone (83) 3214.7797

Para ouvir pela internet:



sexta-feira, 29 de maio de 2015

Ponto de Cultura continua na corda bamba, mas vivinho da silva

Expositor do projeto Livro na Feira já pronto para ser inaugurado na terça, dia 2 de junho, em Itabaiana

Rapaz, descobrimos a pólvora! Nem tanto, mas quase acabamos por resolver a quadratura do círculo. Menos, menos... Digamos que fechamos a equação da boa vontade. Com 150 pessoas, cada uma contribuindo com R$ 10,00 por mês, fecha-se o orçamento do Ponto de Cultura Cantiga de Ninar. Dá pra pagar água, energia e despesas básicas para manter oficinas de teatro, música, cinema, artesanato em mosaico e até gratificar minimamente uma pessoa para tomar conta da biblioteca. Isso contando com a colaboração de R$ 350,00 que nosso patrono José Pacheco repassa mensalmente, daria um orçamento de R$ 1.850,00, suficiente para nossa sobrevivência enquanto entidade autônoma e ativa de fomento cultural.

Nossa contrapartida seria organizar um evento artístico por mês para nossos colaboradores, o que não é pouca coisa numa cidade tão sem nada no campo da cultura de boa qualidade. Dez pilas por mês não é nada, grana que você gasta com duas cervejas. De quebra, você está ajudando a manter um projeto que é um instrumento efetivo de formação cultural para nossa população, com os benefícios todos que isso significa.

Se as coisas continuarem dando certo, vamos finalmente terminar de arrumar o galpão ao lado da agência do INSS em Itabaiana, com grana dos nossos colaboradores, porque o prefeito da cidade promete como sem falta e falta como sem dúvidas. A sociedade civil desorganizada está, aos poucos, aprendendo que, ou bota a mão na massa ou vai morrer de raiva, de dengue ou de inanição esperando pelos tais gestores. Vejam o caso do Banco do Brasil e sua histórica folha corrida de desprezo pela população. Foi o povo começar a gritar pelas redes sociais, e logo o Procon bateu na porta desse banco para desbancar quem pensa que o Sistema Financeiro é realmente deus.

Vamos que vamos para começar o projeto Livro na Feira nesta terça-feira, dia 2 de junho, em frente à Câmara Municipal, e botar os poetas pra cantar o amor no dia 13 de junho, no Sarau das Almas. Longa vida aos que levam a vida a sonhar com dias melhores para todos!


quinta-feira, 28 de maio de 2015

Fiscalização no BB de Itabaiana


Prefiro não acreditar que o Procon visitou a agência do Banco do Brasil porque publiquei a via crucis de uma amiga para abrir conta na tal agência, semana passada. Os homens e mulheres de boa vontade já perderam a vontade de ficar calados e começaram a se indignar em Itabaiana contra o tratamento que recebem naquela agência. É muita reclamação de uma clientela tratada como lixo humano. Conheço uma senhora que passa a noite sem dormir, deprimida, quando tem que ir ao banco no dia seguinte. É um pesadelo.
Na cotação do mercado, o quesito ser humano não existe. Se a agência dá pouco lucro, eles não disponibilizam mais funcionários e tratam os mais pobres como resíduos. O pior é que “eles” não têm rosto, são representados por gerentes sorridentes para os correntistas de grosso calibre e grunhidores para os mais fracos.
Eu aqui faço um apelo aos vereadores de Itabaiana para que atendam ao pedido do Ministério Público e criem seu próprio órgão de defesa do consumidor. O povo da cidade quer seu Procon Municipal. Noves fora alguns vereadores que são comerciantes, e portanto avessos a qualquer tipo de fiscalização nessa área, penso que o Procon Municipal vai ser mesmo discutido e encaminhado na Câmara. Penso, mas não garanto. Afinal de contas, é sabido que existe um grande distanciamento entre o que quer a população e o que permitem as tenebrosas transações dos senhores políticos.


quarta-feira, 27 de maio de 2015

Essa febre que não passa

Ensaio da peça “Essa febre que não passa”, baseado no livro de Luce Pereira
Título do livro de contos da jornalista pernambucana Luce Pereira que achei no lixo. Li o primeiro conto, sobre um casal de lésbicas que adota um gato para salvar a relação. Achei filé. Guardei o resto para saborear em outro instante, na rede velha, no meu recolhimento natural para degustar esses manjares literários.
Na net onde tudo se sabe, fico sabendo que “Essa febre que não passa” virou peça teatral, com o grupo pernambucano Coletivo Angu de Teatro. “É um mergulho na alma feminina, um rico universo a ser explorado”, diz a sinopse do espetáculo patrocinado pela Chesf.
Eu disse que encontrei o livro no lixo, mas deixa explicar melhor: sempre que vou ao Espaço Cultural em João Pessoa, levo livros para trocar na estante do projeto de escambo de livros, uma estantezinha onde a pessoa deixa um livro e leva outro, sem nenhum controle, nem registro ou qualquer tipo de moderação. Dá-se que a maioria das pessoas deixa lixo na banquinha. Catálogos velhos, almanaques de dez anos atrás, revistas da Avon, livros técnicos sobre como imprimir em mimeógrafos a óleo, coleções didáticas ultrapassadas e outros resíduos impressos. Tanto que, invariavelmente, só deixo meus livros lá. Não tem o que pegar de volta. Até que, finalmente, um leitor sensato e honesto deixou o livro de Luce Pereira. “Pelas tortas travessias do mundo”, tomo conhecimento da obra dessa boa escritora.
Dei-me a tarefa de ler o livro até o dia 2 de junho, data em que o projeto “Livro na feira” vai iniciar na cidade Itabaiana do Norte. Armaremos nossa barraquinha de troca de livros em frente à Câmara de Vereadores, com o mesmo espírito de estimular o gosto pela leitura e dar opções, de graça, para quem gosta de ler. “Essa febre que não passa” vai ser o primeiro livro do expositor. Espero que seja trocado por alguma obra decente e que seu futuro leitor se farte com a arte de Luce e sua “garra impressionante nos contos densos, vigorosos e fortes” desse livro.
O projeto leva muito daquele sentimento que temos de gostar de dividir as coisas boas que experimentamos, as emoções de um bom livro. É uma alegria sem preço ver que alguém encontrou um bom livro e, talvez, lerá essa obra e, quiçá mais ainda, a partir dessa descoberta se contamine com essa droga alucinógena das mais indicadas, acabando cada vez mais dependente dela.


terça-feira, 26 de maio de 2015

“Itabaiana – Ao redor do sol”

"Itabaiana - Ao redor do sol" - Acrílico sobre tela, de Otto Cavalcanti

Esta tela de Otto Cavalcanti está no Ponto de Cultura Cantiga de Ninar, junto com mais 22 quadros do artista. É nossa meta realizar exposição da obra de Otto, mas faltam as molduras para as telas.

A prefeitura de Itabaiana informou que não tem como contribuir para esse projeto. Fomos à Fundação Espaço Cultural, falamos com Edilson Parra, do Setor de Artes Visuais. Ele disse que a ordem lá também é contenção de despesas, mas vai ver se arruma umas lasquinhas de madeira para construir as telas para os quadros de Otto Cavalcanti, um dos maiores artistas plásticos da Paraíba, nascido em Itabaiana, hoje radicado na Espanha.

A cidade completa hoje 124 anos de emancipação política. Sua vida administrativa vem sendo castigada nas últimas décadas por uma série de gestões atrapalhadas, incompetentes e desastrosas. O problema é sério e está longe de ser resolvido, porque o debate na cidade é sobre ficar com o vermelho ou azul, igual às lapinhas de antigamente. Nesse pastoril profano, desumano e safado, já se vão mais de 20 anos de atraso.

O pintor Otto Cavalcanti deveria ser matéria obrigatória nos bancos escolares de sua terra natal, pela importância dele no cenário artístico do país e do mundo. No entanto, é simplesmente ignorado, atitude condizente com nosso grau de civilização e educação.   









segunda-feira, 25 de maio de 2015

A rua de minha vó



Itabaiana do Norte. No bairro pobre da Suburbana fica a Rua Joana Cândida da Costa, minha avó paterna. Por que uma mulher simples do povo acabou dando nome de rua em Itabaiana? Para tudo nessa vida há uma explicação. Deu-se que meu pai era secretário geral da prefeitura e quis homenagear sua mãe. Aproveitou o prestígio do prefeito com os vereadores e pronto!
Alertando aos moradores da velha Itabaiana, que amanhã faz 124 anos de emancipação política: minha avó Joaninha da Pólvora não era uma qualquer. Trata-se da mulher do seu Benedito ferroviário, mãe do jornalista Arnaud Costa e avó do velho Leão, um sessentão que não tem nenhum compromisso com a isenção nem a modéstia. Dito isto, explico porque minha avó Joaninha adquiriu o direito de dar nome a uma rua, mesmo que seja uma dessas passagens tipo arraia-miúda, um quase bequinho, um atalho de pobre.
Dona Joaninha, além dos predicados de ótima cozinheira e excelente mãe, avó boníssima e vizinha legal, conhecida em toda ribeira na rua das Flores e adjacências por gato e cachorro, era uma mulher corajosa e destemida. Na época em que a linha do trem estava se estabelecendo na região, a Great West dinamitava os cortes de serra para nivelar a via permanente por onde passariam os trens. Como empregado da empresa, seu Benedito guardava os explosivos em casa. Dona Joaninha, sua esposa, passava o dia fumando seu cachimbinho e tomando conta do arsenal. Tudo por amor ao progresso. Por sua conta, sem temer o perigo, abrigava toneladas de dinamite que mudariam profundamente a face daquela terrinha, através da ferrovia. Ficou conhecida como dona Joaninha da Pólvora até morrer, ironicamente vítima de um incêndio em sua casinha. Mas não foi o explosivo ferroviário. O cachimbinho caiu na rede e provocou a queimação. Já não existiam serrotes para serem dinamitados pelos petardos ingleses.
Na verdade, minha terra precisa restabelecer as pontes com sua memória. Ontem, foi lançada a 3ª edição do livro “Itabaiana, Sua História – Suas Memórias, 1500 – 1976” do escritor Sabiniano Maia. É um bom indício. Precisamos ocupar os espaços vazios em favor da exaltação dos bons exemplos do passado, para fazer o contraponto com as mediocridades do presente e superar o momento/acidente vivido agora. A boa notícia é que um grupo de jovens professores está tentando fazer levantamento técnico dos prédios históricos da cidade para fins de tombamento. Sabem que é difícil, mas percebem que todo esforço deve ser feito para que mais e mais itabaianenses venham a reconhecer o valor da preservação de nossa memória e se disponham a colaborar.
Eu arrisco confessar para vocês uma ideia que tive agora: fazer um estudo sobre todas as ruas da cidade, começando com a rua de minha avó Joaninha da Pólvora, claro! Uma luta a mais para a gente atravessar as pontes dinamitadas pelos carreiristas, ambiciosos e corruptos que transformam nossa cidade num simples roçado ou fazenda de boi mineiro, para apenas usufruir de nossas forças e riqueza.
Em tempo: na minha imodéstia opinião, já deveriam tratar de dar meu nome para uma rua qualquer. Cidadão honorário já sou, com justo orgulho. 


sábado, 23 de maio de 2015

A crise é motor para prosseguir




A galera do Ponto de Cultura Cantiga de Ninar reuniu-se na casa de Renaly Oliveira, neste sábado, 23 de maio, para discutir a crise, aliás, que já é crônica nesse projeto cultural que se arrasta, mas não quebra. Nossos voluntários, eternos síndicos dessa massa falida que se recusa a morrer, resolveram esquecer as promessas do prefeito Toinho Meu Querido de ajudar com mão de obra na restauração de um galpão para a sede do Ponto, que se encontra desalojado. Vamos assumir as despesas, fazendo nova campanha para levantar recursos para os pedreiros e materiais que faltam. 

Inevitável lembrar que o prefeito Meu Querido já fez diversas promessas ao movimento cultural da cidade, todas aguardando cumprimento.  Mas isso é outra história, que prefiro não comentar. Sobre o caráter e os humores do prefeito, os amigos da cidade Itabaiana do Norte já estão cansados (e de sacos cheios) de saber. 

Como eventual prestador de serviços dessa entidade, nesse momento difícil da Sociedade Amigos da Rainha do Vale do Paraíba, convoco os amigos para ajudar. Venha botar um pedacinho de qualquer coisa em nossa panela cultural, para ver se voltamos a atender os jovens alunos das oficinas de música, violão, flauta, teatro e cinema, onde abriremos um cinema de arte e reabriremos nossa biblioteca. 

Desculpem o tom dramático desse palhaço de baixa patente. Oficialmente, estou preparando minha retirada estratégica do projeto Ponto de Cultura, pra ver se a galera toma outro rumo, sem minha presença “politicamente indesejável” pelos bacanas e donos do poder local. Enquanto isso, faço questão de reformar o galpão e deixar a instituição com sua sede, com a ajuda do meu compadre Sander Lee, da Academia de Cordel do Vale do Paraíba, e dos companheiros voluntários, além das pessoas que sempre nos ajudaram. 

Minha cerimônia de adeus provisório deve sair no começo de junho, com lançamento de livro da professora Jandira Lucena e apresentação teatral de um grupo da Universidade Federal da Paraíba, na Câmara dos Vereadores. Deixarei tudo sob o signo da lealdade e da amizade, tomando o vinho fino da decência com meus compadres e comadres que comigo navegam nesse barco. “Navegar é preciso...”

sexta-feira, 22 de maio de 2015

No dia do abraço

Mãe Lulu com seu filho Ravi, meu neto

Hoje sendo o dia oficial do abraço, é por acreditar em encruzilhar esquinas com gente do meu naipe que abraço meu compadre poeta Osvaldo Meira Trigueiro, estudioso e pesquisador de nossos verbos, movimentos e jeitos de estar no mundo do nordestino.

Neste dia, abraço no escuro a fina flor da raça das abelhas, minha melhor escolha nessa vida de errâncias.

Acaricio e abraço meus pais, tranquilamente vivendo e ainda saciando nossas fomes de afeto.

Em meio à pequeneza das coisas mundanas, abraço triste aquela menina que morreu na flor dos anos e deixou flores tristes em minhas mãos. E olhe que esse espetáculo aflitivo das pétalas caindo por entre os dedos já rola há mais de 40 anos.

No dia do abraço, quem mais abraçaria? Prefiro assinalar quem não abraçaria. Aquela figura que finge deitar no teu colo em nome de deuses, mães, filhos e pais, esposas e maridos, e no hálito da pessoa sentes aquele cheiro inconfundível da morte.

No mundo solitário e nu, abraço as crianças que dão sentido ao resto de nossas vidas. Abraço meu netinho Ravi.


quarta-feira, 20 de maio de 2015

BOLETIM DE OCORRÊNCIA JÁ!


Uma comadre minha chegou na agência do Banco do Brasil em Itabaiana às 10 horas para abrir uma conta. Saiu às 16 horas. Foi nesta terça-feira, 19 de maio de 2015. Seis horas de espera, "com fome, sede e frio." O número da ficha dela era 13. Dedução: os funcionários consumiram todo o expediente para atender 13 pessoas.

O consumidor que esperar além do tempo estipulado em lei, pode procurar a justiça para pedir indenização por danos morais, porque ninguém deve sofrer em esperar por longo tempo para ser atendido, por única e exclusiva culpa do banco, que para fins de "contenção de despesas" não tem funcionários suficientes para atender seus clientes. Contrate um advogado e siga em frente com a ação!

“A demora causou estresse, perda de tempo, angústia e até ausência para a realização de necessidades básicas”, escreveu um Juiz em sua sentença contra banco que demorou a atender um cliente. Essa “ausência para necessidades básicas” eu não entendi bem, mas deve se tratar daquela saída rápida para a mijadinha básica. Mas, realmente os bancos não têm sanitários disponíveis para os clientes, água ou relógio para marcar a passagem massacrante do tempo.

Esses abusos contra o consumidor já merecem atenção das autoridades do lugar. A população está muito prejudicada pelos serviços mal prestados por este banco na cidade.