sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Nascer é custoso


Nasceu um garoto na casa de Arnaud Neto e Louise, o casal da foto. Se esse menino tocar pife como o pai e bater caixa como o avô, vai ser o rei da banda cabaçal. Ravi passa a ser o mascote desse inspirado e estiloso blog. O menino chegou bem de saúde. O valor do frete é que foi um tanto salgado, que hoje, nascer é muito mais caro que morrer. Então, a carestia não está mais pela hora da morte, e sim pelas horas da vida aperreada de pobre. Eles, os da máfia de branco, estão calculando hora de trabalho a preço de tinta de impressora. Já notou como é grandioso o furto que cometem contra quem compra tinta de impressora? Para meu compadre e minha comadre que não sabe, a tinta de uma impressora, por litro, custa duas vezes mais que sangue humano e quase 500 vezes mais que gasolina. É ouro que você espalha no seu papel A4.
Hospital cobra um pouco mais barato. Caro mesmo é a manutenção do neném até virar moleque taludo. Você sabe quanto custa um filho? Sem falar no enxoval, remédios, médicos pediatras, produtos de higiene, grande estoque de fraldas tamanho M, vacinas obrigatórias, creche, escola, roupa, calçado, alimentação, e segue por aí vida afora, até o cara ficar adulto, casar, produzir um filho e bater na tua porta pedindo algum pra completar o orçamento de mais um bebê na família.
Quando eu era menino, me chamavam de mentiroso. Agora, me tratam por escritor, o que dá no mesmo. Um tanto quanto mais respeitoso. Lá em casa nasceram quatro bruguelos. Eu, que adoro futebol, sempre sonhei com esses moleques seguindo a carreira de pebolista, como se dizia antigamente. Nenhum deles prestou para o esporte. Dois abraçaram o mister de músico, incluindo o pai de Ravi, Arnaud Neto. Esse, claro, quer que o filho seja também tocador de algum instrumento e viva o mundo da melodia 24 horas por dia, seguindo o dote do progenitor. Se Ravi não der conta de assoprar um trombone ou ferir as cordas de uma viola, que a santa bola role macia e pare bem em frente das chuteiras dele, leve como pluma (a bola), modernosa, de corte a laser e encaixe cirúrgico, com cores vibrantes. E que o moleque trate essa bola com a mesma paixão e talento, ou quase, que aquele menino de Pau Grosso tratou sua bola de couro grosso, de “capotão”. Lembram dele, um tal de Garrincha? E seja o capitão de time em performance mundial, de Barcelona pra cima. Se não der, que seja ao menos centro-avante reserva do Treze Futebol Clube de Campina Grande.
Ary Barroso escreveu, Jackson do Pandeiro gravou e eu dou a letra de graça pra vocês:
Menino prodígio
La em casa nasceu um menino homem
Já escolhi seu nome, vai ser Jeová
Ta faltando os padrinhos, eu vou convidar
Gente nobre do Catete, presidencial.
Ele tem um nó na goela
É sinal de homem
Não há babá que suporte lidar com ele
Porque o menino é forte, faz dela brinquedo
O garoto é manhoso quando avista a avó
Eu to ensinando a ele a jogar futebol
Creio que ele vai ser um grande artilheiro
Na seleção brasileira, na copa do mundo
Vai ser primeiro sem segundo pra cabecear.
Chutar forte com os dois pés

Correr e driblar.

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