domingo, 12 de outubro de 2014

POEMA DO DOMINGO




Peleja de Fábio Mozart e Sander Lee na feira de Itabaiana

Falo da sociedade
Na sua idade madura
A loja de Saturnino
Tinha grande estrutura
E no tempo de Nabor
Se conhecia fartura
Pecuária, agricultura,
Oriundas do lugar
Preenchiam o mercado
Suscitavam lupanar
Dinheiro corria a rodo
Diz Adauto (ao engraxar)
O sino a badalar
Anunciando a hora
D. Amélia no mercado
Buscando a sua melhora
Bacalhau, carne de charque,
Embrulhava sem demora
Petronilo vende a tora
Para o palco circense
Dr. Washington ouvindo
Uma valsa vienense
Arnaud Costa estudando
Velha prática forense
Topada quase convence
Com o disco da Paixão
Zé de Joca passa ébrio
Dirigindo o caminhão
E a D. Menininha
Ensina e vende Caixão
E toda fascinação
Vinha do Cine ideal
Anthony Steffen dispara
Com mira fenomenal
Vejo em Ennio Morricone
Maestro sensacional
Sophia Loren é real
À cobiça do menino
E a Brigittte Bardot
Faz do mundo feminino
Um céu nascendo na terra
Aguçando o meu tino
Lá vem seu Mané de Tino
Atrás de Artur Fumaça
A Barraca da Verdade
Cujo cerne é fazer graça
Baeta dá em Diaba
Uma pisa em plena praça
Zé Maria chama Graça
Para ajudar no cartório
Seu Silva impede Maurício
Reis ficar no dormitório
De lê o Israelzinho
Foi parar no sanatório
Pra que esse mictório
Perto da Delegacia?
Desmerece a cidade
E afasta a freguesia
Assim, Jair e Jaíde
Vão mudar a Drogaria
Vem o mágico Alegria
Tirar dinheiro da planta
Galinha de capoeira
Com inhame para a janta
Agora lembro Aderlindo
Bebendo whisky com fanta
A saudade agiganta
Toda essa minha memória
Não sigo a cronologia
Para contar a história
Vou oscilando entre os tempos
Sem a formal divisória
Ainda lembro a vitória,
Quando doze anos tinha,
De Batista Santiago
Que em cima do Jeep vinha
Como quem diz para o povo
Agora a ordem é minha
Itabaiana, a Rainha,
Que teve jornal diário
Atraía, certamente,
Quem tinha ardor literário
Mas ofertava também
O sal do seu balneário...

Sander Lee

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