terça-feira, 14 de outubro de 2014

Meu desencontro com o formalismo

Com a professora Rosinha

No último encontro cultural que realizamos em Itabaiana, promovido pelo Ponto de Cultura Cantiga de Ninar, tivemos a presença do Dr. Itapuan Bôtto Targino, da Academia Paraibana de Letras e pesquisador do patrimônio ferroviário da Paraíba. Entre suas funções e habilidades, Dr. Itapuan é especialista em cerimonial, tendo escrito um livro justamente chamado “Manual do Cerimonial”, que é o protocolo regulamentador de atos e solenidades. Nossa gafe: como Mestre de Cerimônias do nosso sarau cultural em homenagem aos 110 anos de Zé da Luz, na Câmara dos Vereadores, eu fui um vexame. Aliás, sou uma vergonha geral nesse item. Não sei seguir os rituais que conduzem esses atos, mesmo tendo como visitantes pessoas ilustres como o próprio Presidente da Academia Paraibana de Letras, Dr. Damião Ramos Cavalcanti, e autoridades locais, como o Secretário de Cultura de Itabaiana, Luciano Marinho.

Peço desculpas publicamente aos que censuraram meu jeito anarquista de conduzir um sarau, ou qualquer outro evento público. Imagine o que deve ter pensado um cidadão que é membro do Comitê Nacional de Cerimonial Público, um dos muitos cargos do Dr. Itapuan, ex-reitor da Universidade Federal da Paraíba. A culpa é do compadre Sander Lee, esse sim, um cerimonialista juramentado. Sander sempre é convidado para conduzir nossos eventos, mas sempre falta, talvez com medo das nossas gafes.

Falando em protocolo, ou falta de, o relógio marcava 18 horas da sexta-feira, 10 de outubro, quando a turma do Ponto de Cultura descobriu um defeito no nosso projetor, inviabilizando o lançamento do curta-metragem “Feminino plural” no sarau marcado para 20 horas na Câmara de Itabaiana. Apavorado, liguei para Clévia Paz , outra cerimonialista talentosa, mas, na ocasião, imprestável para a função porque acometida de virose e inflamação na garganta. Ela me indicou a professora Rosinha, gerente da 12ª Regional de Ensino, que poderia emprestar um data show. Fui até à repartição, onde encontrei dona Rosinha ainda no expediente. Falei com sua assessoria, agendei audiência imediata e fui recebido no ato pela gentil professora. Sem nenhum resquício de formalidade ou burocracia, ela colocou o equipamento à nossa disposição. Aproveitei para falar sobre alguns pontos pendentes na área da educação e cultura, e ficamos de retomar a conversa dia 27 de outubro, após a eleição.

Pois é, meu jeito é esse, sem cerimônia. Gente acostumada com os usos das etiquetas me chama de mal educado, sem respeito pelas autoridades e rituais. Tenho horror aos discursos. Admiro os que têm energia e carisma para conduzir um evento. Não tenho. De minha parte, louvo pessoas como dona Rosinha, práticas e sem rodeios, que vai direto ao ponto e tem uma mentalidade aberta, não quer ser mais uma “autoridade” fútil e infértil, mas tem consciência de que está ali para servir à comunidade da melhor forma, sem formalismos, como demonstrou.


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