terça-feira, 17 de junho de 2014

Exemplos de civilidade no mundo da bola

Esses japoneses carnavalescos são, realmente, muito educados

Após a derrota da seleção japonesa para Costa do Marfim, por 2 a 1, no sábado,14, os torcedores japoneses deram um verdadeiro exemplo de civilidade. Logo após o apito final, a torcida nipônica ajudou a coletar e ensacar o lixo produzido por eles nas arquibancadas da Arena Pernambuco. Na mesma partida, um jogador da Costa do Marfim pegou uma borboleta no campo de jogo e a levou delicadamente para fora, antes de começar a partida.

Foram as cenas que marcaram esta Copa do Mundo, até agora, para mim. Dentro de campo, duas partidas encheram os olhos de quem gosta do jogo: Itália e Inglaterra, Espanha e Holanda. Em contrapartida, a indiferença de Messi diante do garotinho que queria apertar sua mão foi contraponto dessas cenas de educação e respeito à vida. O craque argentino caiu no conceito de quem o admira nas quatro linhas do gramado, porque o ídolo tem essa missão, de ser íntegro naquilo que faz e na vida pessoal. Uma cena ligeira, Messi passando pelo menino sem lhe dar nenhuma atenção, pegou mal. Não se humilha ninguém em público, muito menos uma criança. Ponto para nosso Pelé exclamando “vinde a mim as criancinhas”, no seu papel de maior promotor de sua própria imagem.

Quem ficou bem na fita foi o australiano Mark Bresciano, flagrado amarrando os cadarços de um menino deficiente, na partida em que a Austrália perdeu para o Chile. No jogo humanitário, o meio-campista da terra dos cangurus deu um drible desconcertante no chato Messi. 

A arrogância do Messi diante do seu pequeno fã é uma bola nas costas nessa Copa esquisita, repleta de guerrilhas políticas em torno dos seus estádios suntuosos que a TV não mostra por pura conveniência comercial, que nesse jogo bruto o que interessa é o vil metal, produzido em escala industrial pela Fifa, essa máquina de faturar sobre um esporte que virou febre no mundo. Mas isso são outros quinhentos.

Fineza, civilidade, educação padrão Fifa, isso é o que deve ser ressaltado. Falando nisso, a comédia de erros mais sensacional foi a falta do hino da França antes do jogo com Honduras. Sem saber o que fazer, os caras começaram a cantar, à capela, o hino da Legião Estrangeira. Gafe total.

No mais, é se engajar naquela velha corrente pra frente, ver se a Canarinho realmente tem garrafas pra vender. Só não me peçam pra pendurar bandeirinha no carro ou na porta de casa. Por causa da Copa, anunciaram um monte de obras de infraestrutura para amenizar o caos do trânsito. Ficaram para ser concluídas, talvez, numa outra Copa brasileira, daqui a dois mil anos. Isso onde rola jogo do torneio. Na minha terra, nem promessa. Aliás, teve uma promessa do atual prefeito de botar trem na capital da Parahyba do Norte, isso quando jogava pelo Iran e nem pensava em botar a mão na taça. Depois, ganhou a eleição e anda perdendo o trem da história, o metrô da coerência e o bonde da competência. Mas, isso também são outros quinhentos, alvo de futuras manifestações públicas, ou não. Por enquanto, o centro do universo é a redondinha e eu só quero mesmo é curtir os melhores boleiros do planeta.

Atitude solidária do australiano

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