sábado, 31 de maio de 2014

ALÔ COMUNIDADE discute cultura cigana neste sábado (31)


A milenar cultura cigana e a comunidade de ciganos de Sousa, Paraíba, estão na edição de hoje (31) do programa “Alô Comunidade”, com o historiador Marcel Berquó.
Ainda teremos entrevista com o Coordenador da Associação Brasileira de Radiodifusão Comunitária no Distrito Federal, João Chaves, que fala dos avanços e retrocessos do movimento de radiodifusão comunitária em Brasília e seu entorno.
Fabiana Veloso estará presente para falar sobre o São João da comunidade do Conjunto Ernesto Geisel e entorno. Ela é Presidente da Rádio Comunitária Zumbi dos Palmares.
Apresentação de Fábio Mozart, com produção da equipe de jornalismo da Rádio Comunitária Zumbi dos Palmares, transmitido pela Rádio Tabajara da Paraíba AM, com mais onze rádios comunitárias espalhadas na Paraíba.
Neste sábado, às 14 horas, na frequência 1.110 KHZ ou pela internet:

quinta-feira, 29 de maio de 2014

Já circulando o livro “Artistas de Itabaiana”


Este livro foi escrito e ilustrado com base em pesquisas ao longo de dois anos, através do contato direto com os biografados ou, na impossibilidade, aproveitando informações de outras obras ou coletadas da internet. São 95 mini-biografias de artistas e escritores nascidos ou radicados na cidade de Itabaiana, desde o século dezenove. Consegui referenciar atores, jornalistas, poetas, cantores, escultores, fotógrafos, compositores, carnavalescos, músicos, pintores, encenadores e até mestres na arte de cozinhar. Não foi preocupação nossa o fato da maior ou menor projeção de cada um. Bastante ter sido conhecido e importante em sua época, mesmo os que se tornaram itabaianenses pelo coração, como o poeta Antonio Costta, autor da gravura da contracapa do livro.

Naturalmente que se trata de uma obra inacabada. Ficaram de fora muitos artistas importantes, e outros que surgem ao longo do tempo, que essa cidade é pródiga em cultura. Mas, é um ponto de partida para outras pesquisas futuras, ou, quem sabe, uma segunda edição de “Artistas de Itabaiana”, sempre com o objetivo de enriquecer o patrimônio histórico-cultural da cidade.  

A obra será lançada e ficará ao dispor do público a partir do dia 20 de junho de 2014, mas já circula entre os homenageados. Por ser uma edição limitada, estou distribuindo por subscrição, ao preço subsidiado de dez reais, com renda revertida para o Ponto de Cultura Cantiga de Ninar. O livro foi patrocinado pelo Fundo de Incentivo à Cultura Augusto dos Anjos, da Secretaria Estadual de Cultura da Paraíba.



ETC & ETC

IRMÃ ZULEIDE

Ameba foi vizinho da irmã Zuleide, a crente fundamentalista. Todo dia ela gritava na janela:

--- Glória ao Senhor!

Um dia, ela rezou:

--- Senhor, o dinheiro acabou, a geladeira ta vazia, me dê comida!

Na manhã seguinte, ela encontrou uma feira na sua porta, agradecendo a Deus em voz alta. Foi aí que Ameba apareceu e falou:

--- Não existe nenhum Deus. Fui eu que trouxe essas compras!

A irmã voltou a orar:

--- Glória ao Senhor! Ele me trouxe comida, e ainda obrigou o diabo a pagar por ela!

O TELEFONEMA

Quem me contou essa lorota foi compadre Hermes de Itabaiana. Ele garante que é verdade, mas não lo creio. Mesmo assim, lá vai: O prefeito estava de bobeira no seu gabinete, no único dia em que dá expediente, das seis da noite às dez para evitar visitas inoportunas de munícipes pidões, quando toca o telefone.
--- Alô, é da prefeitura?
--- Sim, o que deseja?
--- Qual sua função aí? --- perguntou a pessoa.
--- Sou o Prefeito – respondeu o Prefeito.
--- Ligo depois. Preciso falar com alguém que saiba de alguma coisa.

MAIS UMA DE PUXA-SACO

Leitor manda outra resenha de puxa-saco. Diz que o babão entrou no gabinete do prefeito e foi logo declarando:
--- O senhor sabia que eu só adoro duas pessoas no mundo?
--- Claro, com certeza seus pais.
--- Errou. A primeira pessoa é o senhor.
--- Obrigado! E quem é a segunda?
--- Quem o senhor indicar!

DECEPÇÃO (1)

Se você não pode morder, não mostre os dentes. Um rapazinho apareceu dizendo que era muito amigo do prefeito e poderia arrumar um ônibus para levar a turma do Ponto de Cultura para Recife, em uma viagem cultural. Depois, desapareceu. Decepcionou nos primeiros instantes em que adentrou ao nosso campo de atuação. Um fenômeno!

DECEPÇÃO (2)

“Às vezes digo que não vou mais à minha terra natal: trânsito caótico, Policlínica Municipal sem funcionar, Centro Odontológico também, creches fechadas, ruas esburacadas, crimes ambientais, cidade sem leis. Mas, acho que amo Itabaiana, pois continuo indo lá, mesmo com todos esses defeitos e problemas.” (Margaret Bandeira)

É FREE BOI

"Nem Roberto Carlos comendo carne pode pagar a conta do gabinete do meu prefeito". – Ameba

SEM ENTENDER

“Nunca consegui entender como um gestor público tem a coragem de “sangrar” os míseros recursos dos cofres públicos para pagar uma banda de forró ou a um cantor, com cachês no valor de até 200 mil reais, quantia suficiente para construir uma pequena creche na periferia da cidade, tão carente deste serviço.” (José Antonio)

SONSINHO NO CAIXA RÁPIDO

Sonsinho se debatendo no caixa eletrônico. Após várias tentativas para sacar o dinheiro, Sonsinho virou-se para a fila atrás dele e afirmou, desolado:

--- Não ta funcionando. Só diz “saldo insuficiente”.


TIJOLINHOS DA COPA

O que vai funcionar durante a Copa: doleiros, ladrões descuidistas e políticos querendo faturar votos com a bola rolando.

Ironia é você botar adesivo no seu carro: “Pra frente Brasil” – e ficar uma hora parado no engarrafamento.

Na Copa, estarão vendendo corruptos da base de apoio do governo e da oposição pela metade do preço. Já os ingressos para os jogos, estarão pela hora da morte.

Esse negócio de torcer pela Pátria de chuteiras cheira a babaquice das grandes. Prefiro torcer pelo Treze de Campina Grande. 

“Somente um alienado fica vendo esse futebol globalizado e babaca enquanto o país está um caos. Meu negócio é várzea ou a Segundona.” – Xico Sá, torcedor do Santinha. 

Até o pastel ou o tradicional churrasco de gato está proibido pela Fifa nas cercanias dos estádios durante a Copa. Só rola produto autorizado pela entidade mundial da máfia do futebol. Vendedor de laranja ou dim-dim terá que comercializar escondido feito traficante de droga.






quarta-feira, 28 de maio de 2014

Meu livro já está na praça e vem moído por aí, na cena cultural itabaianense




O livro “Artistas de Itabaiana” já começou a circular entre meus amigos. Os biografados no livro também estão recebendo seus exemplares, além de pessoas especiais como meu compadre Doutor Romualdo Palhano, que vai lançar oficialmente seu livro “Itabayanna – entre fatos e fotos”, juntamente com a obra sobre os artistas de Itabaiana, no dia 20 de junho, no Ponto de Cultura Cantiga de Ninar.

Na foto, o poeta Orlando Otávio e o ator Edglês Gonchá exibem seus exemplares do livro, tendo ao lado o autor e minha comadre jornalista Socorro Almeida. Os dois primeiros fazem parte da coletânea de artistas registrados na obra, que foi publicada com patrocínio do Fundo de Incentivo à Cultura Augusto dos Anjos, da Secretaria Estadual de Cultura. 

Neste mesmo dia 20 de junho, será lançado o documentário “Boi de menino”, do projeto Cavalo Marinho do Mestre Ciço, proposto pela professora Jandira Lucena e executado pelo Ponto de Cultura Cantiga de Ninar. 

Ontem (27), o Ponto de Cultura recebeu a visita do pessoal da Fundação Espaço Cultural, que veio debater a proposta de parceria para uma série de atividades artísticas nos dias 8, 9 e 10 de junho. Lu Maia, vice-presidente do órgão estatal de cultura, e demais técnicos da Funesc, apresentaram proposta de levar para Itabaiana oficinas de arte e apresentações de teatro e dança.

Pelo calendário combinado com o Ponto de Cultura e Secretaria Municipal de Cultura de Itabaiana, no dia 9 de junho será apresentada a peça infantil “Zé Lins, o pássaro poeta”, no auditório da Escola Estadual João Fagundes de Oliveira, para marcar a Semana de Zé Lins e levar a obra do escritor pilarense para os estudantes em forma de teatro. 

De 9 a 10 de junho, será realizada oficina de circo no Ponto de Cultura Cantiga de Ninar, e ao mesmo tempo terá lugar no salão da Loja Maçônica, ao lado do Ponto, oficina de dança que se estenderá até o dia 11. As atividades terão início no teatro de arena da Praça Epitácio Pessoa, com performance de dança e espetáculos musicais no dia 9 de junho, a partir das 17 horas, incluindo exibição da Orquestra Infanto-Juvenil de Violões do Ponto de Cultura Cantiga de Ninar. 

Nos dias 8 e 9 de junho, o Ponto de Cultura será palco de oficina de grafitagem, acontecendo ao mesmo tempo oficina de contação de histórias para os alunos da Escola João Fagundes, no dia 9. 

Essas diferentes manifestações artísticas sobre a vida, obra e universo literário ‘zelinianos’ integram a 32ª edição da Semana Cultural José Lins do Rego, que presta homenagem ao escritor paraibano, cujas atividades estão sendo estendidas a Itabaiana graças ao esforço da Articuladora Cultural, Clévia Paz, e ao conceito de difusor cultural que o Ponto de Cultura Cantiga de Ninar vem firmando na cena cultural paraibana. Os eventos terão apoio logístico da Secretaria Municipal de Cultura, sob a coordenação de Luciano Marinho.

terça-feira, 27 de maio de 2014

O dia em que o puxa-saco escorregou na baba


Estava o médico Antonio Batista Santiago assumindo seu cargo de prefeito da bucólica cidade Itabaiana do Norte nos anos idos de 1950, quando resolveu nomear seu secretário particular, José Amaral, para a direção do jornal “A Folha”, órgão oficial do Município. Naqueles afastados anos, o cargo tinha um significado importante. Gerente do jornal tinha imputação de literato, sujeito dado às letras, assinador de crônicas, poemas e literatices afins. Foi, portanto, com a alma lavada e enxaguada de gratidão pelo benefício que o bom Amaral passou a cuidar da primeira edição do jornaleco sob nova administração. Para impressionar e enaltecer o chefe, escreveu um artigo de fundo com o vistoso título: “Dr. Santiago, um homem sensacional!”

No domingo em que circulou a edição do jornal, José Amaral vestiu seu melhor terno de linho branco, botou seu chapéu de palhinha na cabeça, à moda do chefe, e saiu garboso rua à fora, para receber os elogios dos leitores e o reconhecimento do prefeito. Espalhou sorrisos até na frente da casa do Santiago, onde o próprio estava postado, jornal na mão e um jeitão de quem não gostou nadinha daquilo. Com ar de desprezo e profunda superioridade, como era do seu feitio, o prefeito interpelou ali mesmo, na calçada, o pobre redator novato:

--- Que história é essa de sensacional, seu José Amaral? Cadê o recato? Eu não gosto desse tipo de louvação. Esteja o senhor ciente de que não é mais gerente do jornal. Está demitido.

O agora ex redator d’A Folha voltou solene pela calçada, onde um monte regular de desocupados espiava e escutava o carão que acabou de levar. Abriu caminho entre eles e seguiu, cabisbaixo, para casa.

Deu-se que outro servidor, meu compadre poeta Agenor Otávio, exercia a função de fiscal da feira livre. Esse poeta é um bajulador tipo B. Sim, porque tem o puxa-saco vidrado em agradar o chefe por motivos torpes, na intenção de arrumar um cargo, uma sinecura, um aumento de salário ou pelo simples prazer de chaleirar o superior. Esse é o chaleirador tipo A. O tipo B é aquele sujeito cordato, que trata todo mundo bem sem olhar a quem, educado e cortês. Assim é o compadre Agenor.

Esse outro episódio ocorreu alguns anos depois do caso do editor frustrado, quando Antonio Batista Santiago foi eleito pela segunda vez para administrar a cidade. O fiscal Agenor soube por alto que o digníssimo prefeito andava adoentado, coisa séria, mal que o levou a ser internado no Recife. Passados alguns dias, ao voltar, o prefeito dá de cara com Agenor.

--- Como vai o senhor prefeito? Melhorou dos seus padecimentos? – indagou o fiscal.

Foi então que o prefeito teve outro ataque de autoritarismo:

--- O que é que você está pensando? Quem é você para questionar a saúde do prefeito? Considere-se demitido, exonerado de suas funções.

No dia seguinte, o jornal “A Folha” publicou portaria assinada pelo alcaide, demitindo Agenor Otávio do cargo de fiscal de feira “por atitude insolente e questionadora com relação ao seu superior”. Assim, o servidor voltou à antiga profissão de sapateiro até ser novamente nomeado para funções públicas por outro prefeito, seu primo Josué Dias de Oliveira.