quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Medo do cachorro

O cachorro já foi embora?

“Fábio, que maravilha a crônica sobre nossa querida amiga Dorinha. Dei boas gargalhadas, pois conheço de perto essa história e principalmente o ‘Silva Júnior’ autor dos polêmicos versos. - Abraços, Antonio Costta”

Meu compadre Costta, retribuo o amplexo e veja só: o “Silva Júnior” deve ser pseudônimo, porque ele teve medo do cachorro e não assumiu a autoria dos versinhos anticlericais.

Aliás, quem não tem medo do cachorro? O prefeito de Cabedelo correu com medo da responsa, dos agiotas, da máfia ou da super onda que vaga por aí nas gestões municipais? A verdade jamais será dita.

Eu, de minha parte, tenho consciência do perigo que é sair à noite, calçar sapato sem verificar se tem escorpião e da eternidade que são as pequenas ausências. De repente, a gente vai e não volta mais. Quem sabe, o prefeito de Cabedelo não saiu um pouco do seu natural domínio da situação política e caiu na real do abismo que é essa farsa toda, e de repente assinou a carta renúncia. Com Jânio Quadros, foi assim. Uma cachaça mal tomada, e o homem não voltou mais. Nesses caso, não tem retorno que em política, o vácuo é preenchido imediatamente.

Você vai levando a vida na valsa, de repente se ausenta um minuto que seja, não dá mais pra retornar. E tem o cachorro que sempre está na esquina, esperando uma bobeira, ameaçando sua geografia, podando seus limites na circunferência do medo.

Cinofobia é o medo mórbido dos cães. Gato entende disso muito bem. Já o rato, ficaria contente com a corda no pescoço do gato. O cachorro vai estar sempre atrás das cercas. Alimentar os medos, eis seu ofício. Deixá-los criar tentáculos para nos pegar no contrapé dos pequenos vícios, dos vacilos, do acaso.

Você tem medo de que? Do passado, do futuro, da velhice, da loucura e da morte. O cachorro tem muitos nomes.



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