quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

O rock nasceu em Itabaiana do Norte (ou deveria ter nascido)


Todo mundo sabe que o melhor conjunto de rock do mundo foi o grupo inglês The Beatles, mas nem todos reconhecem que o segundo foi a famosa banda Os Brasas, da bucólica cidade Itabaiana do Norte. Esses intrépidos músicos faziam sucesso tocando o rock pop da época, começo dos anos 1970. É assim que se orgulham os itabaianenses  Santana, o baterista, Ivan, Brasinha (Zezinho Gonçalves) e Jurandir Medeiros,  que nas horas vagas contava dinheiro na agência local do Banco do Brasil.  Na guitarra solo, reinava absoluto o grande José Maria Almeida Filho.  E que ninguém venha a refutar essa afirmação porque  “o rio da minha terra é o rio com o qual tenho intimidade, portanto, o mais importante do mundo é o rio que corre ao lado de minha cidade”, numa versão livre e forçada da famosa frase do português Fernando Pessoa.

Pelo menos para mim, na época garoto deslumbrado pelos acordes inebriantes dos cabeludos de Liverpool, o conjunto Os Brasas era o máximo. Tanto que meu sonho era tocar nessa banda, mas, tímido feito rato de fava, menino integrante de uma classe social imediatamente inferior aos componentes do grupo musical, jamais me aproximei dos caras. Terminei tocando violão nos lupanares e botecos mal afamados, tendo como empresário o meu compadre Biu Penca Preta Cabeça de Navio. Minha carreira artística, portanto, não poderia ter a mínima possibilidade de dar certo.

Quem informa é o exímio guitarrista Zé Maria Filho: o baterista Santana, que na vida civil era balconista da Casa Almeida, morreu precocemente; Ivan e Brasinha moram em João Pessoa e Jurandir Medeiros continua com seu senso de itabaianidade intacto, tanto que nunca saiu daqui, vive em Itabaiana onde se aposentou. 

Minha saudação aos gloriosos rapazes do conjunto Os Brasas. Lembro que tinha um crooner, o Werber Veloso, filho do afamado causídico Dr. Veloso. Era também guitarrista e bom de gogó. Desse Werber nunca mais ouvi falar.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Ponto de Cultura Cantiga de Ninar é parceiro de importante projeto social e artístico com base no audiovisual



Trata-se do projeto Paraíba Cine Senhor, que contempla uma série de oficinas de audiovisual, ao mesmo tempo em que promove ações sociais na cidade, como campanhas anti drogas, educação para o trânsito e arrecadação de alimentos para famílias carentes.

O projeto é patrocinado pela Petrobrás, com apoio da Prefeitura de Itabaiana, que ficará responsável pela hospedagem dos 30 professores e técnicos que irão trabalhar na cidade no período de 7 a 21 de abril. O coordenador geral do projeto, jornalista Orlando Júnior, informou que o Projeto Paraíba Cine Senhor fechou uma parceria com o Programa Estadual de Políticas sobre Drogas da Paraíba (PEPD/PB), cujas ações serão implementadas em Itabaiana. “Assim, o projeto reforça sua importância e se consolida como um dos poucos do estado que faz audiovisual com ética e responsabilidade social”, disse ele.

Durante três semanas, os alunos das oficinas terão capacitação em todas as áreas que envolvem o audiovisual, desde preparação de ator até maquiagem, passando pela trilha sonora e outros temas técnicos para a produção de vídeo. No final das oficinas, os próprios alunos produzirão três documentários sobre temas ligados à realidade local.

O projeto foi viabilizado através do Ponto de Cultura Cantiga de Ninar, que dará o suporte possível para as atividades. “O Projeto Paraíba Cine Senhor agradece a Fábio Mozart e demais componentes do Ponto de Cultura em Itabaiana pela força e empenho que tornaram possível essa realização. O projeto também agradece à prefeitura local que acreditou na proposta. Agora vamos nos organizar para fazer o projeto acontecer em toda a sua plenitude”, finalizou Orlando Júnior.

Esfacelamento da memória histórica

Antonio Costta conversando comigo sobre temas culturais. O poeta não teve culpa pela  inoperância da Secretaria de Cultura no governo Dida Moreira.


Esse episódio quem me contou foi o ator Edglês Gonchá, ex-aluno em uma faculdade de Goiana, Pernambuco, onde um professor é estudioso do movimento revolucionário de 1824, quando os moradores de Itabaiana tiveram parte ativa em sangrentos combates travados no riacho das Pedras, entre as forças legalistas do Presidente Felipe Nery, sob o comando do Coronel Estevão Carneiro da Cunha. Os revoltosos eram comandados por Félix Antônio. No local desta batalha foi inaugurado um monumento, “resgatando de uma vez por todas a memória daqueles que deram suas vidas em defesa da liberdade em nosso país”, como afirmou o professor Israel Carvalho.

Pois bem, o professor pernambucano acertou com Edglês sua vinda a Itabaiana para conhecer o local dessa famosa batalha, a maior da guerra da independência no Nordeste. Qual não foi a surpresa e o embaraço de Edglês quando chegou o professor em um ônibus lotado de estudantes de Goiana para visitar o marco da Batalha do Açude das Pedras. O local está abandonado, cheio de mato, o melão de são caetano tomou conta do que resta da placa comemorativa, o riacho corre apodrecido, poluído, em direção ao rio Paraíba, onde deságua. O itabaianense Edglês ficou sem jeito, diante da depredação e degradação de um patrimônio histórico dessa importância. O professor se confessou um homem consciente da precariedade de nossos entes públicos diante do dever de preservar a História. Pacientemente, Edglês explicou que aqui está instalada uma Secretaria de Cultura, que teoricamente deveria tomar conta disso, mas a ex-prefeita Dida Moreira não deixou nem um centavo no orçamento público para ser investido nesta área.

Um leitor do Sul/Sudeste deve achar extravagante essa notícia de que uma cidade com um patrimônio histórico dessa magnitude não tenha empenhado verba alguma para a área cultural e artística, incluindo a preservação da História do Município. Sentimento semelhante foi expresso pelo professor pernambucano, vindo de uma cidade histórica do Estado vizinho onde os que empunharam a bandeira do abolicionismo e os ideais republicanos têm seus nomes preservados, seus espíritos pioneiros sobrevivendo.

O atual prefeito confessou que não encontrou nada nos cofres da Prefeitura para investimentos culturais. Vai esperar a confecção do próximo orçamento para contemplar algum recurso para o setor. Meu compadre e poeta Antonio Costta, ex-secretário adjunto da cultura, fez o que foi possível e fez muito pouco, porque a tarefa de difundir bens culturais e incentivar a produção da cultura não pode ser realizada sem recursos. Além do dinheiro, talvez o mais importante seja o amor pela cidade. Isso eu duvido que forasteiros aqui instalados apenas para se locupletar financeiramente venham a ter. Não é o caso do poeta, que por suas ações e exemplos tem dado provas do sentimento de afeição pela terra de Zé da Luz.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

TIJOLINHOS DO MOZART


Neste livro eu conto a história da rádio Vale e da rádio Araçá, entre outras brigas pela democratização da comunicação via rádio comunitária na Paraíba.

Hoje completam dez anos que a Rádio Comunitária Vale do Paraíba pediu autorização ao Governo para funcionar. Nunca recebemos uma resposta do Ministério das Comunicações. Em 2002, tentamos botar no ar, fomos todos presos e os equipamentos confiscados pela PF. Este é o Brasil democrático com moral pra falar da ditadura de Cuba e semelhantes.



Efraim Filho fala da visita blogueira Yoani Sanches a Câmara e defende liberdade de expressão. João Costa: “Esse Efraim é uma nulidade política!”

Pessoas que postam no Facebook que vão tomar banho, que estão comendo, que vão dormir: O que fazem? Como vivem? Por que o intestino delas é preso? Que palhaçada é essa? SEXTA no Globo Repórter.

“O mundo só veio prestar / depois que eu não presto mais.” – Mote do poeta Bob Motta, do Rio Grande do Norte, que vem lançar seu livro espírita em Itabaiana, no Ponto de Cultura Cantiga de Ninar, brevemente.

"Sem uma política de leitura sedutora para a criançada e para a juventude, jamais seremos um país de leitores e o discurso sobre a qualidade do ensino continuará sendo apenas um discurso sem qualidade. Sem a boa literatura, a qualidade do ensino continuará sendo um erro de cálculo."  - Lau Siqueira.

Processo da eleição de conselheiros tutelares em Pilar está sendo conduzido de forma ilegal, sem ter adequação com a nova lei federal 12.696/2012. Quem denuncia é Ivânia Miranda.

“Continuo incorruptível. Quer dizer, até chegarem no meu preço… Estou disponível pra receber cantadas e propostas.” – Ameba, o cínico.

“Tenho um amigo esquisitão que é “bivolt” (funciona tanto em 110 como em 220); outro galinha que é “desbloqueado” (pega qualquer operadora); e um cinquentão que é “total flex”: roda com gasolina, álcool e biodiesel!” – Gustavo Arruda.

A última ararinha-azul deixou de voar nos céus do sul da Bahia em 2002. É uma espécie extinta. O último político honesto foi visto devidamente trajado em seu belo caixão funerário. Faz tempos...

O blogueiro itabaianense Ranis Ribeiro preocupado com a possível extinção do jornal Tribuna do Vale. Por enquanto, o jornal continuará circulando. Ranis considera este jornal “o principal órgão informativo da região”.

O mesmo Ranis comenta que sabotaram os blogs de Rafael Carvalho, Marconi Lucena e Josemar Tavares nesta semana. Ele acha que será a próxima vítima. Os caras invadem o blog e engolem as postagens. 

Torcendo para que os hackers não invadam esta Toca, um manual incompleto e em constante atualização de humor, tolice e sabedoria de mesa de bar “pé sujo”.

Quando a gente pensa que o mundo das pseudo-celebridades já chegou ao fundo do poço seco... eis que mais alguém cava, cava, cava e atinge o lençol freático da baixaria. Madame Preciosa anunciou que vai posar nua para uma revista. Ela não quer photoshop em suas fotos. Será uma tragédia. Os peitos de Preciosa não são caídos, eles são tombados pelo patrimônio histórico da humanidade.

Ontem à noite vi documentário de Geneton Moraes Neto sobre o repórter Joel Silveira. A frase mais famosa dele: Jornalista não é aquele que toca na banda, é o que vê a banda passar. 

“Pelo jeito que a coisa vai, em breve o terceiro sexo estará em segundo”. - Stanislaw Ponte Preta.

“A televisão é muito educativa. Toda vez que alguém liga uma, entro num quarto para ler um livro.” - Groucho Marx - Ator e humorista americano.

Eu me acho tão bacana, tão magnânimo e inteligente que quando me olho no espelho não me reconheço.

BNB continua oprimindo os agricultores com juros altos para dívidas que não poderão ser pagas por causa da seca. Lembra a frase de Robert Frost: “Banco é o lugar onde nos emprestam um guarda-chuva quando faz bom tempo e o tomam de volta quando começa a chover”.

Os caras que não gostam das mulheres argumentam que bastou uma mulher pra destruir o paraíso.

Oprimido pela cultura de massa da televisão e do rádio, jovem levanta a mãozinha e canta: “meu negócio é cachaça e rapariga”.

O silêncio dos cemitérios abandonados domina o Conselho de Cultura de Itabaiana. Eu soube que Luciano Marinho quer reativar aquele colegiado. Amém.

Padre de Mari processa blogueiro que repercutiu denúncia de vereador.

Minha intolerância é contra os intolerantes.

 



domingo, 24 de fevereiro de 2013

Eu no Ponto

Eu e Ed Gonchá, que foi meu aluno na oficina de interpretação do Grupo Experimental de Teatro de Itabaiana. Hoje, Gonchá segue sua carreira de ator com grande mérito.




Abaixo, eu e o maestro Josino Mendes. Ele vai dar curso de teclado e teoria musical no Ponto de Cultura Cantiga de Ninar, como voluntário.






Alunos do curso de violão do professor Vital Alves

ED GONCHÁ E VAL METRALHA

Dois “fela da gaita” que ajudam a tocar o Ponto de Cultura Cantiga de Ninar, em Itabaiana.



“Cantiga de Ninar” recebe doação para cobertura da área externa


O Ponto de Cultura Cantiga de Ninar recebeu doação de 100 metros de lona para ser usada na cobertura da área de eventos. O Ponto atua em projetos de arte e cultura, dispondo de uma biblioteca, grupo de teatro e cineclube.
A doação foi viabilizada por meio de Marcos Veloso, que conseguiu as lonas através de amigos em João Pessoa. O próximo passo será a construção de armações de ferro para cobrir a área, serviço que já foi contratado com o mestre Carlinhos, de Itabaiana. Segundo Marcos Veloso, a cobertura e as tendas serão inauguradas no dia 9 de março, na estréia do projeto Sarau no Ponto, cantata com Vital Alves e convidados, com renda revertida para custear as tendas.
A Articuladora Cultural da Secretaria de Cultura do Estado, Clévia Paz, reforçou a importância do trabalho desenvolvido pelo Ponto de Cultura Cantiga de Ninar para “sensibilizar a sociedade sobre a necessidade de apoiar esses projetos, tão importantes para a cultura local”, e ressaltou o apoio dos empresários que doaram as lonas para as tendas, “pois representa mais um estímulo ao trabalho realizado pelo grupo”, visão compartilhada pelo Coordenador Geral do Ponto de Cultura, Fábio Mozart.
CURSO DE TECLADO
O maestro e compositor Josino Mendes visitou o Ponto de Cultura Cantiga de Ninar, ocasião em que se colocou à disposição para trabalhar como voluntário no curso de teclados.
As inscrições, portanto, já estão abertas para os interessados em aprender a tocar um instrumento de teclado. Josino Mendes explicou que o curso não é simplificado, porque ele pretende ensinar realmente o aluno a ler partitura. Alguns dos assuntos das aulas: Teoria Elementar; Escala Diatônica; Campos Harmônicos; Formação e Guia de Acordes; Acordes Maiores e Menores; Clave de Sol; Intervalos; Notas no Pentagrama; Divisão Rítmica. 

VIOLÃO
O Curso de violão básico continua fazendo matrículas, com o professor Vital Alves. As aulas são realizadas nos turnos da manhã e à tarde.
Alunos do curso de violão






POEMA DO DOMINGO


Abra sua mão

No silicone do tempo,
na química inerte da mão,
o jogo de palavras,
uma síntese pontuada
de inteligência poética.

Abra sua mão
para esticar o tempo
e conversar marcando
instantes subterrâneos,
derrubando muralhas
no nosso trato com o sonho,
fabricando viagens
contra a dureza
do mundo real.

F. Mozart

sábado, 23 de fevereiro de 2013

Meio século da morte de minha sogra



Dona Nelza Cabral viveu sob o crivo da modernidade em uma cidadezinha acanhada e preconceituosa da Paraíba por nome Itabaiana do Norte. Lia muito e gostava de desenhar. Pintava quadros elogiados pelo Coronel Raul Geraldo de Oliveira, mestre da pintura.

Faz meio século que dona Nelza morreu. Essa pessoa iluminada pelo talento era, por assim, dizer, uma figura além do seu tempo. Uma estrela brilhante a ofuscar os medíocres de sua cidadezinha.

Não conheci dona Nelza, minha sogra, mas soube que era uma pessoa simples, sem aquele comportamento pequeno burguês um tanto ridículo, próprio das elites interioranas. Seu marido ocupava importante cargo na diretoria da maior empresa particular da cidade, era um homem refinado. Dona Nelza vivia o mais discretamente possível. Não gostava dos bailes elitistas, das ostentações vazias de uma sociedade ornamentada pelo falso brilho da opulência. Apreciava o rio Paraíba, tinha por hábito tomar banho nos poços do rio e desenhar. Desde criança. As coisas simples que ninguém via ou valorizava, a poesia da vida oculta a fazia viver quieta, pelos cantos. Era quase uma incompreendida, como todo artista. 


O desenho acima representa a ponte ferroviária de Guarita sobre o rio Paraíba, rabiscado em lápis grafite numa folha de caderno pautado escolar. Foi um ensaio de dona Nelza quando mocinha, em um dos piqueniques que se costumava fazer no rio naquela época. Pelos nossos cálculos, este desenho tem mais de setenta anos. Uma relíquia guardada pela filha Geovana, que hoje mora na Bahia.    

Visitei esse recanto do rio, recentemente. Parece que estancou no tempo, aquele sítio do lado esquerdo do Paraíba, outrora centro da nossa indústria coureira, hoje extinta. A decadência econômica congelou o distrito de Campo Grande. Casas velhas abandonadas, campos vazios, ruínas. Com o vento que corre nas margens desertas do rio, sopram as lembranças daquela juventude que fazia piquenique com o futuro maestro Sivuca, e no meio da algazarra juvenil a frase altiva e o alvo riso da menina-moça Nelza, no nascimento de suas invenções artísticas. 

Nelza Cabral (à esquerda, com rosa no cabelo) ao lado do menino Sivuca em 1945, em piquenique 

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

O dia em que o pastor passou a perna em Biu Penca Preta


Meu compadre Biu Penca Preta primeiro e único foi fazer um arrastão de cachaça na aprazível cidadezinha de Mari onde eu me escondia, lugar de temperatura amena e povo trabalhador, mas gostadorzinho de água de alambique que é uma beleza! Chegando lá, Penca foi molhar o bico no bar de Nelson. Depois de consumir duas meiotas e seis cabeças de traíra, nosso amigo foi conhecer a cidade.

O caso é que operava no lugar um tal de Mané da Galinha, cabra que mentia todos os dias, só que no domingo ele caprichava. Mané inventou uma igreja pentecostal das Sete Mil Virgens, elegendo-se pastor, na onda dessas igrejas “pegue pague” que defendem o dízimo mais do que as sete chagas de Nosso Senhor Jesus Cristo. Nosso herói Penca Preta passou na igreja de Mané. Como bêbado e cachorro entra em toda porta aberta, ele adentrou ao templo do pastor na horinha em que Mané da Galinha recolhia as ofertas dos irmãos.

Depois da sessão de exorcismo, onde Mané tirou o cão do couro de duas velhas e curou a sarna de um bebinho, além de encaminhar um fresco para as hostes do heterossexualismo, encerrou a preleção e passou a sacola.

--- Cada um dá o que tem que Jesus agradece – dizia o pastor.

Uma senhora deu dez reais. O velhinho sarnento só tinha cinco reais, que foi a sua contribuição. Teve gente que deu um real, outro jogou cinquenta centavos na sacola de Mané, meio envergonhado. Chegando a vez de Biu Penca Preta, ele foi honesto:

--- Pastor, eu não dou nada porque nada tenho.

Mané da Galinha não deixou por menos:

--- Meu filho, bote a mão na sacolinha e pegue todo dinheiro que você tá precisando, em nome do Senhor, amém?

Penca Preta não pensou duas vezes: enfiou a mão na sacola e retirou 60 reais.
E o pastor, maroto:

--- Agora que você tem dinheiro, bote tudo na sacolinha, em nome de Jesus!

Biu Penca Preta saiu da igreja falando de todas as peças da mãe do pastor, sem faltar nenhuma. Só Jesus na causa!

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

TIJOLINHOS DO MOZART




Mais problemas para a criação da REDE, de Marina Silva. Faltando cordão dos punhos e renda pra varanda.

A velha Bibi destila seu preconceito contra paraibanos. Perdeu o conceito que merecia de minha parte.

Bingo em beneficio do hospital São Vicente de Paulo dia l7/03. Vou participar. Meus filhos nasceram neste hospital/maternidade.  

George Mendonça: “Pastor Ronaldo mora em Timbaúba e é vereador em Itabaiana.” – Resposta da Irmã Zuleide: “Pastor Ronaldo é um homem de Deus, e a casa do Senhor é o mundo todo.”

Dércio Alcântara: “A imprensa paraibana é, assim como a blogueira Yoani Sánchez, vítima da perseguição de um ditador” 

Diferença: imprensa paraibana é movida a "toco", e a cubana segue orientação ideológica.

Meu computador embucetou e não quer abrir nem pra dizer alô. 

"Deixe de falar besteira, homem!", disse minha consciência, já arretada com esse blog de bosta.

Esses vereadores de Itabaiana podem não se muito letrados, mas dão rasteira em cobra. Na Câmara tem até um pastor. Ameaça ter até sessão de descarrego.

Vereadores de oposição em Itabaiana já chegam matando: querem desempregar a família do prefeito!

No Brasil, seis ou sete famílias controlam o monopólio da grande mídia. Liberdade de expressão é isso aí!

Essa foi foda: o amigo imaginário fugiu com a mulher dos seus sonhos.

Biu Penca Preta Cabeça de Arromba Navio é personagem do meu novo livro.

Livro de Fábio Mozart vai parar a mãos dos estudantes de Mari, se projeto de lei for aprovado.

Vereador Gedeão disse que não é contra nem a favor, muito pelo contrário.

Professor do Estado ganhou tablet. Nos municípios, arriscado levar tabefe.

Paraibanidade é ir à praia com abadá de bloco fuleiro.

Luciano Agra amorcegou no caminhão do cabeludo de ladeira abaixo!

Arte do cão de mal feito é um cordel que me emprestaram sobre rivalidade entre Campina Grande e João Pessoa. Autor: Francisco de Assis de Freitas.

Até logo cigarro, mas pode ser adeus.

Antigamente,amigo do peito era o xarope Brandão.

Paraibanidade é viajar para o Rio e voltar falando com sotaque carioca.

Paraibanidade é fazer programa de compras no Recife em van alugada.

Paraibanidade é se orgulhar do pôr do solo no Jacaré e depois mijar nas palmeiras imperiais da Lagoa.

Paraibanidade é garantir que é amigo de algum político influente, quando não passa de um bajulador barato.

Paraibanidade é gostar de times do Sul/Sudeste e debochar dos times locais.

Estão abertas as inscrições para baba ovo de autoridade medíocre. Salário a mendigar.

Dor no pulso, lesão por esforço repetitivo, diagramando dois jornais e três livros. Vou parar por aqui

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

COLUNA DE ADEILDO VIEIRA




Não há monólogos entre nós dois       
Adeildo Vieira

Pra que serve mesmo o artista? Seria ele um mero diletante, untador de creme na tez de sua vaidade, adorador irreparável de seu próprio umbigo? Estaria um artista submisso à solidão de seus abismos e refém exclusivo de obscuras introjeções de seus rompantes de felicidade?  Ao manifestar sua arte, estaria o artista buscando ecos do mundo para soar na sala vip de si mesmo? Bom, considerando a complexidade do ser humano, tudo isso é até possível. Mas eu não hesito em afirmar que o artista exercita seu trabalho numa insustentável necessidade de se expressar, buscando conexões possíveis com o mundo que investiga. E nesse exercício carrega a humanidade em seus vieses mais profundos, aqueles que, de tão subjetivos, nos caracterizam como pessoa humana. Longe de ser solitária, esta é uma labuta de muitas vias, de trato coletivo.
Negue-se ao artista o direito ou oportunidade de se manifestar e se estará privando aos outros de se relacionar com suas ideias, seus conflitos, suas propostas visionárias de mundo, sua competência ou até absoluta incompetência de manipular a linguagem que escolheu para se expressar. Construam-se muros que barrem os cometimentos de quem se preste a este ofício e cerrem-se as possibilidades da humanidade viver amplamente seus movimentos na busca de avanços.
Nunca me convidem pra empunhar meu instrumento como se me estivessem prestando um favor, como se o desejo de entoar minhas canções bastasse a mim mesmo. Faço canções pro mundo na certeza de que há muitos neste planeta azul que as desejam ouvir. Reivindico o direito sagrado dos outros interagirem com a linguagem que escolhi para chacoalhar-lhes os sentimentos e ideias. Reivindico, inclusive, o direito daqueles que precisam me ouvir para apresentar a sua mais veemente rejeição a meus propósitos artísticos. Este processo é necessário e só se faz possível quando se escancaram os portões da vida para os ricos diálogos da subjetividade humana. E neste traçado de teias de almas, é o artista quem manipula o tear dos dias. Não fosse assim a humanidade sucumbiria, esmagada sob as próprias botas, numa lógica cartesiana que nunca compreenderia as possibilidades de dois mais dois não resultar em quatro. Essa  subversão da aritmética é que traz a medida certa pra nossa existência.
Jamais me chamem pra manifestar meu sagrado ofício como se estivessem dando doce pra criança. Repudio quem subjuga, ou mesmo nega, essa valorosa relação do artista com o seu público ou com o público que deseja conquistar. Não respeito quem delega às mãos interesseiras do mercantilismo o julgamento sobre o interesse do público ante qualquer obra de qualquer artista. Não respeito quem acha que, ao manifestar sua arte, estaria o artista se locupletando desta oportunidade. Em nome da história reivindico a compreensão de que o mundo precisa dos artistas. De todos eles.