sábado, 22 de dezembro de 2012

O fim do mundo por V. M. Rabolú




O velho Leão da Tribo de Vavá esperando inutilmente o fim do mundo no bar do finado Zé, para quem o mundo se acabou em outubro.


Com essa onda de fim do mundo, cataloguei muita piada ruim, muita besteira na blogosfera e fora dela. Uma das menos fraquinhas: o cara pára o caminhão no posto de gasolina e pergunta ao frentista que dormitava numa cadeira de balanço velha: “Onde é a cidade de Itabaiana?” O rapaz do posto abre o olho, cospe e responde: “É a primeira parada logo depois do fim do mundo”.

 

Por coincidência, hoje eu remexendo em livros velhos que recebo para a Biblioteca Comunitária Arnaud Costa, do Ponto de Cultura Cantiga de Ninar, encontrei um livro que talvez venha a ser a pior literatura profética bestialógica já publicada neste Brasil de escrevinhador ruim. O livreto traz o título de “Hercóbulus – Ou planeta vermelho”, de autoria de um tal V. M. Rabolú.  No Google onde tudo se sabe, fiquei sabendo que o tal Rabolú atende pelo nome de Joaquin Enrique Amortegui Valbuena, ocultista colombiano, líder de um tal Movimento Gnóstico Cristão Universal, que pretende dar uma nova ordem ao mundo.

 

O livro do mestre Rabolú é ruim de doer. Na introdução, ele esclarece: “Este livro o escrevi com muito sacrifício (deve ser porque o mestre era semi analfabeto) deitado numa cama sem poder levantar nem sentar-me, mas vendo a necessidade de dar aviso à humanidade sobre o cataclismo que vem. Não há nada a fazer: chegará o momento da tragédia, da obscuridade. Tremores, terremotos, maremotos. Os seres humanos desequilibra-se-ão mentalmente por não poderem comer nem dormir, e vendo o perigo, ao precipício lançar-se-ão em massa, loucos totalmente.”

 

O profeta fala de extraterrestres com quem ele se relaciona. Foi pessoalmente a Vênus e Marte movendo-se no “corpo astral”.  Ele conta como é a vida em Vênus e dá o perfil dos venusianos: “Têm corpos perfeitos, testa larga ou ampla, olhos azuis, nariz reto, cabelos louros e uma inteligência surpreendente. Não há barrigudos. Lá não se vêem pessoas feias como aqui”. 

 

Ele informa que os venusianos trabalham duas horas por dia, cada qual em sua profissão. “Lá não há dinheiro e ninguém é dono de nada. Todos têm direito a tudo e trabalham para todos”. É o comunismo interplanetário. 

 

O profeta não fala da vida na lua. Isso ele deixou para o mestre Jackson do Pandeiro, que cantou as delícias da sociedade lunática: “Lá não tem juventude transviada / Os rapazes de lá não têm malícia / Quando há casamento é na polícia / A moça é quem é sentenciada / Porventura se a mulher for casada / E enganar o marido a coisa é feia / Ela pega dez anos de cadeia / E o conquistador não sofre nada.

2 comentários:

  1. Cara. Hercólobus é um fato. procure na net sobre o segundo Sol...

    Abraço


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  2. Anônimo,

    Fato? Prove!

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