terça-feira, 1 de maio de 2012

Exemplo de dignidade vagabunda



O meu amigo Ameba jamais trabalhou. Não esse trabalho regular, metódico, a preço de vil salário. Não foi produtivo a nenhum empreendimento alheio. Os pais o sustentaram durante muito tempo, depois pegou um gancho numa repartição pública onde só aparecia nos dias de festa, para se aproveitar dos salgadinhos. Aposentou-se sem dispor de suas mãos para mudar uma cadeira de lugar.

Ameba gosta de citar o Eclesiastes para justificar seu horror ao trabalho: “Saímos nus da barriga de nossas mães, e assim iremos embora, e nada do nosso trabalho levaremos para o túmulo. Assim que também isto é um grave mal que, justamente como veio, assim há de ir; e que proveito lhe vem de trabalhar para o vento?”Eclesiastes 5:16

E as aves do céu e as florzinhas do campo? Nunca deram um dia de serviço pra ninguém, no entanto, que belas! Ameba é um cara que passa a noite acordado pra não sonhar trabalhando.

Tem coisa mais escrota do que sindicatos comemorando com festa o dia do trabalhador? Lembrada desde o final do século XIX, a data é uma homenagem aos oito líderes trabalhistas norte-americanos que morreram enforcados em Chicago (EUA), em 1886. Eles foram presos e julgados sumariamente por dirigirem manifestações que tiveram início justamente no dia 1º de maio daquele ano. Esses trabalhadores eram anarquistas que lutavam por jornada de 8 horas de trabalho.

Neste 1º de maio, que morram os partidos políticos, os sindicatos pelegos, os burgueses e o Estado! Viva Ameba e todos os que se recusam a trabalhar para o sistema!

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