quinta-feira, 26 de abril de 2012

O hino de Mari


Orquestra e Coral de Mari executando o Hino em frente à estação ferroviária, local que eu ajudei a transformar em um centro de arte e cultura

Em recente evento na cidade de Mari, na inauguração da sede do INSS, o Ministro da Previdência, Garibaldi Alves, ficou besta ao ver e ouvir todo mundo cantando bem direitinho o hino da municipalidade. Naquela cidade, é obrigatório o hino antes das aulas nas escolas municipais. Por isso toda criança sabe decorado o hino, composição da professora Aparecida.

Lição de civismo, como afirmou Garibaldi, aquele cara da cara de bestinha lá do Rio Grande do Norte? O fato é que 90% da população sabe cantar o hino da cidade. Pode perguntar aqui na minha cidade Itabaiana do Norte que 90% dos nossos conterrâneos sabe cantar o hino do Flamengo, mas o hino da municipalidade é desconhecido pela imensa maioria.

Vou falar bonito: adentrando nesse fenômeno coletivo, cuja performance causou admiração dos visitantes ilustres, vejo espaços oferecidos à arte e educação. Em Mari, temos coral afinado, aulas de música, estímulo para o canto orfeônico, vozes que encontram saídas porque existe a vontade política de prestigiar quem honra a cultura e as tradições locais. Um pouco porque quem administra a cidade é de lá, mora na cidade, tem raízes. Não caiu de pára-quedas, não veio da França ou de outro universo qualquer.

Eu nunca aprendi a cantar o Hino Nacional. Tampouco decorei o Hino à Bandeira, Hino da Independência e todos os demais hinos tão caros à ditadura militar que queria impor um nacionalismo de quartel nas escolas. Fiquei com trauma de hino. Movido pela inspiração da professora Aparecida, eu tiro, entretanto, meu boné para o Hino de Mari. Antes de ser um dispositivo de poder, o Hino de Mari é uma lição de amor verdadeiro à terra natal.  


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