terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Cultura do boi na terra dos bovídeos

Crianças aprendem desde cedo a folgança do boi em Itabaiana

O Bumba Meu Boi é tido como uma das mais ricas representações do folclore brasileiro. Segundo os historiadores, essa manifestação popular surgiu através da união de elementos das culturas européia, africana e indígena, com maior ou menor influência de cada uma dessas culturas, nas diversas variações regionais do Bumba Meu Boi. Existem festas similares em Portugal (Boi de Canastra) e no Daomé (Burrinha).
Suas variantes abrangem a denominação boi-bumbá, na Amazônia; boi-surubim no Ceará e boi-de-mamão, em Santa Catarina. Na sequência coreográfica, apresentam-se vários personagens, celebrando sempre o “boi”.

O bailado do boi é um costume enraizado na minha terra, Itabaiana, no agreste paraibano. A cultura do boi vem do fato histórico de que já tivemos a maior feira de gado do Nordeste, um dos maiores curtumes da Paraíba e uma indústria coureira florescente, que caiu em decadência com o advento do couro sintético. Ficou a tradição do boi que se vê principalmente no carnaval e no ciclo natalino. Para se ter uma ideia, mesmo com décadas de desprezo do poder público em relação à nossa cultura popular, nos dias de carnaval desfilam pelas ruas cerca de 35 blocos de boi numa cidade cuja população não chega a 25 mil habitantes. O boi é um folguedo que empolga dos mais jovens aos brincantes veteranos. Os meninos de Itabaiana crescem brincando de boi de carnaval.

De olho nesse aspecto de nosso folclore e com vistas à sua preservação como patrimônio imaterial da terra de Zé Especiá e Zé Leiteiro, (brincantes de boi muito famosos e já falecidos) o Ponto de Cultura Cantiga de Ninar está elaborando projeto para realizar o primeiro Festival do Boi Bumbá. Se não for este ano, será no próximo.

Ilma. Sra. Eurídice Moreira

A edição de fevereiro do Tribuna do Vale enfoca a notícia abaixo, pelo que solicitamos de vossa senhoria que nos envie a versão oficial da Prefeitura sobre o fato de que trata esse documento da Justiça Federal, assegurando vosso direito de fazer alegações a seu favor sobre o tema que é de interesse público.


Cordialmente,


Marcos Antonio Veloso do Nascimento
TRIBUNA DO VALE


Juíza federal da 3ª vara, considerando que há indícios suficientes da prática de atos de improbidade administrativa, indicia a prefeita de Itabaiana, dona Dida, e seu filho, Secretário da Saúde José Sinval.


O bom jornalismo recomenda ouvir as duas partes. O Tribuna do Vale está de volta ao vale do Paraíba, circulando antes do carnaval nas cidades de Itabaiana, Juripiranga, Salgado de São Félix, Pilar, São José dos Ramos e Gurinhém.

Ressalte-se que a matéria sobre o indiciamento da prefeita de Itabaiana foi encaminhada à mesma no dia 19 de janeiro, via e-mail, e até o momento não obtivemos resposta. Para ir ao extremo na prática do bom jornalismo e não deixar dúvidas sobre nosso objetivo de fazer uma publicação democrática, não iremos divulgar as opiniões da oposição sobre o fato, se não temos o contraponto da prefeita dona Dida e seu filho José Sinval. Em respeito aos leitores de todas as tendências políticas e ao direito inalienável de defesa das pessoas envolvidas. Reservamo-nos, porém, o direito de divulgar documento público de interesse da comunidade, que este é o papel da imprensa livre.

QUEM LÊ MEU LIVRO


Melissa Araújo

Fábio:

Gostaria de parabenizá-lo por seus livros. São ótimos! Sempre que lançar um, por favor guarde pra mim um exemplar que terei o prazer de adquiri-lo.

Abraço,

Melissa Araújo


Melissa Araújo é Coordenadora de Cultura na Prefeitura de Queimadas/PB e professora naquela localidade. É formada em História pela Universidade Estadual da Paraíba com forte atuação no movimento cultural do Estado. Faz parte da Rede Paraibana dos Pontos de Cultura.

Nem morta!


Camaradas e comadres:

Estou fazendo uma enquête na Toca do Leão e gostaria de contar com seu palpite.

Se você fosse do sexo oposto, cite e explique uma coisa que você faria com certeza e outra que não faria de jeito nenhum

MENSAGEM RECEBIDA

Erasmo Souto e o Ponto de Cultura
 
“Ao compadre Marcos Veloso, viajante comigo de longas datas pelas estradas esburacadas e quase intransitáveis do fazer cultural na terra de Sivuca... “

...mas que congestiona o trânsito em nossa rodovia de orgulho, envaidecimento... Congratulo-me com todos vocês, meninos!

Erasmo Souto Camilo - Recife/PE

CORDEL DE SOCORRINHO MEDEIROS


Esta bonita menina
Fazendo pose na praça
É loira, mas não é burra,
O que vier ela traça.
É minha vereadora,
Candidata sedutora,
Cheia de charme e de graça.

Nossa Socorro Medeiros,
A miss balzaquiana,
Tem forte conhecimento
Pela grandeza humana
E com a sua amizade
Chega com facilidade
Ao poder em Itabaiana.

Socorro segue no rumo
Da verdadeira mudança
Que Itabaiana precisa.
Por isso fez aliança
Com o grupo de Zé Ramos
E com eles nós estamos
Hipotecando fiança.

Socorrinho sendo eleita
Vai lutar pela cultura,
Pelos meninos de rua
E por toda criatura
Que precise de ajuda
Pois seu caráter não muda
Sendo pessoa tão pura.

Falta no Legislativo
A presença da mulher,
Mas mulher que seja firme
Não “pau mandado” qualquer,
Vereador lagartixa
Que não tem nada na ficha
Por não saber o que quer.

Ela é pau de dar em doido,
Remédio pra todo mal,
Se Socorro for eleita
Vai melhorar o astral
De nossa comunidade,
Já tendo da mocidade
Apoio incondicional.

F.Mozart

QUEM LÊ MEU LIVRO


Antonio Martins

Esse senhor é uma das figuras mais importantes do movimento de teatro amador da Paraíba. Fez história como presidente da Federação Paraibana de Teatro Amador nas décadas de 70/80, conseguindo agregar mais de 90 grupos de teatro atuantes no Estado, incluindo o nosso Grupo Experimental de Teatro de Itabaiana. Durante as gestões de Antonio Martins, a Federação de Teatro Amador foi uma das mais atuantes e fortes entidades da cultura paraibana. Atualmente, a FPTA não existe mais. Morreu com seu último presidente, João Balula.

Foi nas lutas teatrais que conheci Antonio Martins. Somente agora, há poucos dias, voltei a rever o companheiro no Sebo Cultural durante lançamento de livro do nosso amigo comum, Romualdo Palhano. Conversamos sobre teatro, evidentemente, lamentando o enfraquecimento do movimento amador na Paraíba, hoje sem representação política, sem rumo e sem voz.

Relembramos a força do nosso teatro naqueles tempos ditatoriais, quando os amadores discutiam política e cultura, como uma espécie de linha de vanguarda de nossa sociedade. O amor pela arte dramática era o motor daquela agitação, junto com o desejo de bater de frente contra um sistema político opressor, contra a censura à produção cultural e intelectual. Foi nessa conjuntura adversa que o teatro amador cresceu. Hoje, igual ao cachorro que corre atrás do automóvel, depois de oito anos de governos pretensamente de esquerda, não se sabe o que dizer e o que fazer, para quem e com que finalidade produzir teatro amador nesta terra.

A Rua Zé da Luz e o Conjunto Costa e Silva



Romualdo Palhano

     Nossa peregrinação em Itabaiana, de casa em casa, bairro em bairro, aconteceu em casas alugadas, exceto a casa da Travessa da Rua da Palha, que meu pai tinha adquirido com o dinheiro da pequena casa que havíamos deixado na Rua Jardim Amazonas na cidade de Nova Cruz – Rio Grande do Norte, dinheiro este que depois se transformou numa televisão. E também a casa da Rua Zé da Luz, nossa última residência em Itabaiana, que meu irmão Ecílio Rodrigues Palhano, conseguiu adquiri-la após ser aprovado em concurso público e contratado para trabalhar no antigo BEP – Banco do Estado da Paraíba, depois Paraiban. Em 1978 eu estava cursando o primeiro ano científico, hoje ensino médio. Foi um dos mais difíceis períodos da minha vida. Com a eliminação de ramais deficitários a malha ferroviária havia reduzido de 38.339 quilômetros em 1960 para 30.300 quilômetros de extensão em 1970, gerando grande tendência no Brasil à política de implantação do transporte rodoviário. Este fator se refletiu na mesa de minha casa. Em 1975 a empresa adquirida pelo Governo Federal deixa de ser Rede Ferroviária do Nordeste – RFN e passa a ser Rede Ferroviária Federal Sociedade Anônima – RFFSA.

     Meu irmão Ecílio Palhano, que havia trabalhado como aprendiz no escritório de contabilidade de Seu Israel Elídio de Carvalho, que se localizava perto do Colégio Nossa Senhora da Conceição; como contador na farmácia de Júlio Bernardes e depois como caixa do BEP, mudou a sua e a vida de nossa família ao comprar uma casa na Rua Zé da Luz no Conjunto Costa e Silva. Nessa época ninguém queria morar naquele conjunto residencial, inclusive algumas casas estavam abandonadas. Relembro que muitas rolinhas morriam porque se ofuscavam com as paredes brancas daquelas casas. Pobres rolinhas, depois assávamos e as comíamos. Não só deixamos de pagar aluguel como também a mobília da casa foi aumentando e se renovando; a primeira estante de livros. A primeira geladeira, tudo foi adquirido a partir do salário do meu irmão.

     A Rua Zé da Luz nos facilitou uma relação ainda maior com o Colégio Estadual Dr. Antonio Batista Santiago, pois se localizava no mesmo bairro da referida escola. Foi nessa rua que iniciei meus primeiros namoricos e dei o meu primeiro beijo com gosto de sexo numa menina que para mim era linda. Seu apelido era “linda”, filha de Neta de Sarí.

     A casa ficava na parte mais alta daquela rua, mais acima havia um grande terreno baldio (onde atualmente passa o asfalto que vem de Pernambuco), ali meu pai tinha um pequeno roçado para sua cultura de subsistência; batata doce, feijão, abóbora, milho, fava entre outros alimentos. Na época de São João, milho era o que não faltava em casa e como meu pai era ferroviário, conseguia dormentes velhos e sempre fazia as mais bonitas fogueiras de São João.

     Adailton José de Lima (Duda) foi um dos meus colegas de infância, comprávamos aqueles bonequinhos de índios e bandidos que vinham com bombons e brincávamos à vontade. Já adolescente e sem dinheiro resolvemos beber socialmente uma cerveja na famosa sorveteria de Mário, cujo proprietário era conhecido como “Mário da Sorveteria”. Foi necessário um espaço de três horas, para que eu e Adailton pudéssemos deglutir a referida cerveja, que foi dividida democraticamente entre nós dois, tanto o líquido como o pagamento da mesma. De fato, o objetivo não era bem a cerveja, mas a vontade de sermos vistos e nos sentirmos importantes, como também paquerar as garotinhas daquele pedaço. E ainda de estarmos num espaço socialmente requisitado.

     Nessa noite a filha de Mário, que estava atendendo no balcão, não soube lidar com a venda de cachorro quente; o gás escapou fazendo surgir grande labareda de fogo. Mário entrou em ação e habilmente pegou um extintor e dominou o fogo daquele cachorro quente. Depois de terminado a cerveja e com medo de morrermos queimados, voltamos para casa.

Seu João das Selas e Arreios


     João José de Lima era mais conhecido como João Cará. Por fabricar as melhores selas de couro com a intenção de estreitar a relação de cavalos e cavaleiros, vendia selas e arreios em toda a região do Vale do Paraíba. Seu produto que era praticamente artesanal e de primeira qualidade. Era procurado por fazendeiros e boiadeiros de vários outros estados da Região Nordeste. Sua casa era sua indústria e sua indústria era sua casa, situada no Conjunto Costa e Silva à Rua Batista Freire, número 12. Todos os filhos participavam na fabricação e na montagem das selas além de vizinhos, quando se fazia necessário de acordo com a demanda da época.

     Na década de 1970 a melhor festa de passagem de ano novo (31 de dezembro) era na casa de Seu João e Dona Severina. A festa era uma fartura, havia de tudo, refrigerantes, comidas diversas, conversas paralelas, músicas de sucesso da época e muitos abraços de confraternização. A casa ficava repleta de amigos e familiares que se reuniam para comemorar essa data tão festiva.

(Do livro "Eu e a Rainha do Vale", de Romualdo Palhano)














segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Agradecimentos

Dudu e Giuseppe Marcello

Fábio e Rosy Chaves

Eu e a vedete Das Dores Neta

Sidcley Rodrigues tomando conta do som
Como Coordenador Geral do Ponto de Cultura Cantiga de Ninar e Presidente da Sociedade Amigos da Rainha do Vale do Paraíba, venho de público agradecer à nossa equipe de monitores, diretores e voluntários pela contribuição à cultura de Itabaiana.

À companheira Clévia Paz, colaboradora de primeira hora e Articuladora Cultural da Secretaria de Cultura do Estado na 12ª Região, agradeço pelo seu desprendimento em incentivar os saberes dos povos do vale do Paraíba;

Ao companheiro Sidcley Rodrigues, pelo esforço em viabilizar as questões técnicas em informática e sonorização;

Ao amigo Rosival, pelo zelo em cuidar da parte de artesanato do Ponto de Cultura e contribuir na área de áudio visual;

Às amigas Das Dores Neta, Nalva, Aninha, Rosy Chaves, Débora Lins, dona Lúcia e Sueli Joventino pela dedicação cuidadosa na formatação deste projeto;

Ao músico João Fumaça, ao cantor Lucas Martins e ao poeta Orlando Otávio por serem personagens ativos de um sonho artístico que se concretiza, aos trancos e barrancos;

Aos atores Ed Gonchá, Dudu Silvino, Giussepe Marcello, Fred Borges e Normando Reis pela contribuição no Grupo Experimental de Teatro de Itabaiana;

Ao compadre Marcos Veloso, viajante comigo de longas datas pelas estradas esburacadas e quase intransitáveis do fazer cultural na terra de Sivuca;

À nossa amiga Joelda Fidelis por ter ajudado na construção do projeto em sua fase mais aguda.

Ao rapper Alex, por confiar em nossa intenção de aglutinar as diversas linguagens artísticas;

Finalmente e cabotinamente, agradeço a mim mesmo pelo meu incentivo e ânimo, arregimentando e exercendo forte influência nessa galera, injetando vigor ao nosso coletivo cultural.

Quando a Sociedade Amigos da Rainha do Vale do Paraíba (Sarvap) comemora 10 anos de existência, são eles os responsáveis pela continuidade da instituição e é a eles que eu agradeço por causarem espanto positivo na comunidade em razão da existência de uma casa difusora de cultura que sobrevive apenas pela dedicação desses abnegados, totalmente ignorados pelo chamado Poder Público.

QUEM LÊ MEU LIVRO


Carlos Cartaxo

Artista, professor, escritor, crítico, sensível, simples e inteligente, esse é Carlos Cartaxo, professor da UFPB, doutor em artes visuais e educação na UB. Prêmio Jabuti de Literatura pelo romance/reportagem “A família Canuto e a luta camponesa na Amazônia”, enfim, um intelectual do povo, por assim dizer.

Carlos Cartaxo já dirigiu um espetáculo meu. Foi o GETI 10 ANOS, em 1986, na cidade de Itabaiana, com Palmira Palhano, Normando Reis e Fred Borges. Encontrei Cartaxo em recente evento social, quando entreguei por cortesia um exemplar do meu livro “História de Biu Pacatuba, um herói do povo paraibano”, com a condição dele posar para foto na galeria dos meus leitores ilustres.

Carlos Cartaxo é um artista que realiza sua obra no teatro e na literatura com esmero e criatividade, para divertimento do público, mas, principalmente para a sua instrução e seu benefício. É um ato de bondade e de utilidade a arte de Carlos Cartaxo. E é assim que eu entendo a arte, a serviço da cidadania e do bem.

Abram alas para a burrinha do “Ganzá de Ouro”

Eu e Ed Gonchá

O ser humano em sua identidade cultural sente a necessidade de diversão e alegria no mundo das representações e das manifestações folclóricas de sua terra. Isso acontece em qualquer cultura e não é compreendida pela juventude capitalista que consome informação voltada ao consumo e ao moderno. Um moderno que oculta a verdadeira identidade do povo em troca de um modismo de apelação sexual e de ordem econômica. Para os jovens de hoje, a arte dos brincantes é vista como uma coisa feia e “fora de moda”.

Tiro meu chapéu para este camarada, o jovem Ed Gonchá, estudioso e praticante dos folguedos populares. Ele aqui está incorporando a burrinha do Cavalo Marinho para dançar no grupo de música regional “Ganzá de Ouro”, do Ponto de Cultura Cantiga de Ninar.

Que o folclore seja eterno e os valores culturais vivam pra sempre, sobrevivendo ao tempo e às mudanças e evidenciando a identidade do nosso povo.

MENSAGENS

Itabaiana está de parabéns com a inauguração da nova sede do Ponto de Cultura Cantiga de Ninar. É uma oportunidade que tem a população, de ajudar aqueles que necessitam de um local para desenvolver aptidões artísticas. Parabéns para os que fazem o Ponto de Cultura e agradeço de coração a placa que recebi, a qual divido com todos aqueles que ajudam e fazem parte da Cavalgada da Integração João Duré e da ADC-JOÃO DURÉ (ASSOCIAÇÃO DE DESENVOLVEMENTO COMUNITÁRIO JOÃO DURÉ) com sede em Macaíba/RN.

José Mário R. Pacheco  



Parabéns Giuseppe pela honrosa e merecida homenagem, longa vida teatral para você, e que vários outros prêmios lhe sejam dados.

Horieby Ribeiro



Fábio, estou retirando umas fotos e texto da inauguração do Cantiga de Ninar e da reportagem de Ronaldo. Irei colocar os créditos do seu Blog e o link na postagem do seu programa na rádio.

Abraço!

Symon Ribeiro da Cruz
www.itabaianaforcajovem.blogspot.com


domingo, 29 de janeiro de 2012

Internautas repercutem evento no Ponto de Cultura Cantiga de Ninar

Ed Gonchá fazendo a burrinha do Ganzá de Ouro

ACHEI MUITO LINDO A APRESENTAÇÃO DO GANZÁ DE OURO. TODOS ESTÃO DE PARABÉNS. E ORLANDO OTÁVIO É UM GÊNIO!

SOCORRO

Bom seria que o dinheiro que entra no PETI fosse entregue ao Ponto de Cultura Cantiga de Ninar. Com certeza seria bem utilizado em prol das crianças pobres da nossa cidade. Mas como isso não vai acontecer, sugiro que os senhores comerciantes visitem o Ponto de Cultura. É um projeto que vale a pena ajudar.

Neninha

(Comentários publicados no blog “Itabaiana hoje”, de Marconi Xavier)

Mensagem de Pirpirituba

Grande Fábio, parabéns pelo seu Blog. Fico acompanhando tudo aqui de Pirpirituba pra matar a saudade de Itabaiana.

Eduardo Severo

Eduardo é filho primogênito do meu compadre e amigo Ivo Severo. Cantor e dono de uma banda show, Dudu Severo vive em Pirpirituba, onde é atualmente Diretor de Turismo daquela cidade do brejo paraibano. Ivo Severo é meu conterrâneo de Pernambuco, nascido e criado numa cidadezinha chamada Sairé.

"Alô comunidade" está no ar neste blog (Edição de 28 de janeiro)

Fábio Mozart, um dos produtores do "Alô comunidade", e a carnavalesca Ednamay Cirilo, convidada do programa do último sábado.

Dalmo Oliveira conduziu o programa Alô Comunidade neste sábado, 28 de janeiro.

Grande entrevista com Jonicael Cedraz, militante baiano do movimento de rádios livres e comunitárias.
 

Ao vivo nos estúdios a carnavalesca Ednamay Cirilo falando de folia e feminismo.


Tem ainda a música de Gessé Gel e do mestre Fuba, com o hino do Anjo Azul.
CLIQUE NO BOTÃO AO LADO PARA OUVIR O PROGRAMA.

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O “Alô Comunidade” é produzido pela Rádio Comunitária Zumbi dos Palmares e transmitido pela Rádio Tabajara (1.110 AM), reproduzido por sete rádios comunitárias e diversos blogs e sites.
O programa vai ao ar todos os sábados às 14h, com apresentação e produção de Dalmo Oliveira, Fábio Mozart, Clévia Paz e Adriana Felizardo, com reportagem de Fabiana Veloso e Marcos Veloso. Apoio técnico de Marcelo Ricardo e Jacinto Moreno.

Na internet, acesse o programa nos blogs:

www.radiozumbijp.blogspot.com
www.diretodosanhaua.blogspot.com
www.fabiomozart.blogspot.com

REINAUGURAÇÃO DO PONTO DE CULTURA EM ITABAIANA - 28/01/2012

PRIMEIRA FOTO: Romualdo Palhano falando sobre seu livro "Eu e a Rainha do Vale". Na segunda foto, Dr. José Mário Pacheco recebe Placa de Honra ao Mérito Cultural. Ele é presidente da Associação para o Desenvolvimento Comunitário João Duré, parceira do Ponto de Cultura. TERCEIRA FOTO: Ator Giuseppe Marcello recebendo o Troféu Zé da Luz pelos seus vinte anos de teatro.

Alex do Hip Hop

Lucas Martins

Violonista João Fumaça e Orlando Otávio

Grupo Ganzá de Ouro
Poeta Agenor Otávio
Público presente à reinauguração do Ponto de Cultura Cantiga de Ninar

Lançamento de livro marcou reinauguração do "Cantiga de Ninar"

Ganzá de Ouro cantou repertório próprio, com marchinhas, toadas e baiões de Fábio Mozart e Orlando Otávio
Ontem (28), o Ponto de Cultura Cantiga de Ninar reinaugurou sua sede em Itabaiana, promovendo lançamento do livro “Eu e a Rainha do Vale - de menino a rapazinho”, de Romualdo Palhano, e “História de Biu Pacatuba, um herói do povo paraibano”, de Fábio Mozart. Na ocasião, foi entregue o Troféu Zé da Luz ao ator Giuseppe Marcello e Placa de Honra ao Mérito Cultural ao Dr. José Mário Pacheco.

O Grupo Ganzá de Ouro também fez seu primeiro recital público, sob o comando do poeta Orlando Otávio.  A  noitada artística contou ainda com declamações do poeta Agenor Otávio, seresta e Hip Hop com Alex. 


www.pccn.wordpress.com

 

POEMA DO DOMINGO

Ronaldo Morelle, no tempo em que tinha cabelos na cabeça, e Renato Barros, do grupo "Renato e seus Blue Caps"
LEMBRANÇAS DO GETI

O comunicador Ronaldo Morelle fez teatro comigo no GETI, em Itabaiana, nos anos setenta. Hoje mandou-me um post dizendo: "Sander Lee, você é um caminhão carregado de lembranças." Como entre os getianos tudo vira poesia, lasquei estas três décimas:

O meu amigo Ronaldo
Que é fundador do GETI
Sempre afirma e repete
Que o getiano tem saldo
Da cultura e respaldo
Das suas muitas andanças
Saudades dessas crianças
Do teatro e da canção
Você é um caminhão
Carregado de lembranças

Que nós fizemos cultura
Lá no Teatro Nautília
Que era quase uma homília
Contra a vil ditadura
Vivemos nessa procura
No tempo em que as matanças
Concorriam com as danças
De uma quase escravidão
Você é um caminhão
Carregado de lembranças

O GETI era um paladino
Na defesa social
Um povo fenomenal
Que desenvolvia o ensino
Para o povo ter mais tino
Muito mais desconfianças
Conclamando abastanças
Pra todo e qualquer irmão
Você é um caminhão
Carregado de lembranças

Mote: Ronaldo Morelle
Glosa: Sander Lee

sábado, 28 de janeiro de 2012

Hoje, o destaque é a reinauguração do Ponto de Cultura Cantiga de Ninar

Chiquinho Bezerra (ao centro) visita sua terra natal e canta para os amigos no Ponto de Cultura Cantiga de Ninar

Momento aguardado com ansiedade pelos artistas e intelectuais de Itabaiana, a reinauguração do Ponto de Cultura Cantiga de Ninar será neste sábado, (28). Vai contar com a presença do médico José Mário Pacheco, que vem de Natal (RN) para receber placa de Honra ao Mérito pelo seu trabalho em benefício da cultura e das tradições itabaianenses.

O escritor Romualdo Palhano lançará seu livro de memórias “Eu e a Rainha do Vale – de menino a rapazinho”. Fábio Mozart também lançará seu livro “História de Biu Pacatuba, um herói do povo paraibano”, ganhador do Prêmio Patativa do Assaré do Ministério da Cultura. De quebra, será lançado o CD SESC de Música Paraibana com a inclusão de música do próprio Fábio Mozart.

O poeta itabaianense Sanderli declamará poemas de Zé da Luz, patrimônio da cultura popular nacional.

Completando a noite pela arte e cultura, o grupo de música regional Ganzá de Ouro fará sua estréia, sob a liderança do compositor e cantor Orlando Otávio, finalizando com coquetel e seresta a cargo do cantor Chiquinho Bezerra.

A entrada é franca. Se chover, leve o guarda-chuva porque a programação acontecerá na área externa do Ponto de Cultura Cantiga de Ninar.

www.pccn.wordpress.com

Ednamay Cirilo fala de carnaval e feminismo no “Alô comunidade”

Dalmo Oliveira conduz o programa “Alô comunidade” hoje, 28 de janeiro, ao vivo, na Rádio Tabajara da Paraíba (AM 1.10)

Na pauta, grande entrevista com Jonicael Cedraz, da ABRAÇO Bahia.

Nos estúdios, a carnavalesca Ednamay (foto) falando de folia e feminismo.

Na “Música Popular Paraibana de Qualidade” tem uma música inédita de Sandoval Fagundes: "Kitila Makumbo"

Notícias sobre rádios comunitárias.

ALÔ COMUNIDADE vai ao ar às 14 horas pela Rádio Comunitária Zumbi dos Palmares e Rádio Tabajara da Paraíba, retransmitido por sete emissoras comunitárias e diversos blogs e sites.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Foi um sucesso o lançamento do livro de Romualdo Palhano

Dr. Romualdo Palhano na apresentação do seu trabalho

Nesta sexta-feira, no Café do SEBO CULTURAL, foi realizado o lançamento do livro “Eu e a Rainha - de menino a rapazinho”, do doutor Romualdo Palhano. A obra memorialista foi autografada pelo autor, que compartilhou da alegria de ter mais um trabalho publicado com os amigos que compareceram ao evento, a exemplo do professor Idalmo da Silva, Chiquinho Bezerra, Dr. José Octávio de Arruda Melo, professor Carlos Cartaxo e o poeta Sanderli Silva, que funcionou como mestre de cerimônia.

A obra tem o selo da Editora Sal da Terra, e será lançada amanhã (28) no Ponto de Cultura Cantiga de Ninar, de Itabaiana. “Foi um momento de reencontro dos conterrâneos itabaianenses, o que me deixa muito satisfeito, ao dar essa contribuição para a memória de minha cidade adotiva”, disse Romualdo.

Público presente ao lançamento

Dona Dida no carnaval


Viva a folia do carnaval! Nessa época, a gente vira a pintura do cão em comportamento. Tomada de uma repentina simpatia pela prefeita do lugar, a Nega Maluca subiu no palanque oficial da folia e, sem ligar para o politicamente correto, abraçou e beijou a prefeita dona Dida, gentilmente cedida pela Oktoberfest, a maior festa de rua alemã, para abrilhantar o carnaval da mundiça, já que corria o ano de 2005 e ela acabara de assumir o cargo de capataz dessa fazenda abandonada.

A contragosto, dona Dida permitiu a aproximação da Nega Maluca, afinal era carnaval! Não custava nada dar certo cabimento a esse povaréu babão. A ficha pregressa da Nega Maluca dificultava maiores intimidades com a Rainha Dida Moreira, Primeira e Única. Eis porque quem vestia a pele da Nega Maluca era o ator e transformista Fred Borges, fazendo as honras do carnaval na terra de Biu do Vasco, o maior carnavalesco vivo de Itabaiana. 

Esta cena jamais se repetirá. Afinal, a Rainha Dida já praticamente terminou de sambar na cabeça do pobre do contribuinte que paga os impostos para sustentar os marajás da elite administrativa comandada pelo seu filho, o Príncipe Zé, eterno pândego. Enquanto sofre com as deficiências da saúde, moradia, segurança e saneamento, falta de emprego, atraso nos salários dos servidores públicos, descaso com a cultura do lugar, o itabaianense brincará seu carnaval sem palanque na rua, porque a comitiva imperial já está de mudança para a civilização. Afinal, faltam menos de doze meses para terminar o longo reinado.

Enquanto isso, a Nega Maluca sairá às ruas para mais um carnaval, à procura de outro rei ou rainha para abraçar e beijar, porque somos irremediavelmente monarquistas. Neste ano, vai chover candidato pagando meiota, abraçando e beijando os foliões eleitores disfarçados de  taxista, gari, carpinteiro, diarista, feirante, puta, professor, garçom, balconista, trombadinha, pedreiro, manicure, mecânico, enfim, uma humanidade normal e trabalhadora, aquela que dá duro para manter as regalias dos reis e rainhas deste reinado de ratos.
E viva o Rei Momo primeiro e único!

LANÇAMENTO DO LIVRO DE ROMUALDO NO SEBO CULTURAL


HOJE, sexta-feira (27/01), Romualdo Palhano lança “Eu e a Rainha – de menino a rapazinho”, livro sobre sua vivência na cidade de Itabaiana, nas décadas 70/80. O livro tem o selo da Editora Sal da Terra, 167 páginas, comercializado ao preço de R$ 15,00. Estará à venda no Sebo Cultural e no Ponto de Cultura Cantiga de Ninar, onde será lançado no dia 28 de janeiro (amanhã).

DATA: 27 de janeiro (19h)
Local: O Sebo Cultural (Avenida dos Tabajaras – João Pessoa)
Participação: Chiquinho Bezerra em seresta (voz e violão)

DIA DO ORADOR

27 de janeiro é o dia do orador. Por esta razão, republico esta crônica constante do meu livro “A Voz de Itabaiana e outras vozes”.

João Dantas, o tribuno do povo
        
         A Geração itabaianense da década de 50 certamente conheceu o mestre Daciano Alves de Lima no apogeu de suas atividades artísticas, culturais e políticas. Foi um homem que, com esse passado e categoria, bem merece dar nome a uma rua importante da velha terra de Zé da Luz. Esclarecendo que Daciano foi amigo e cunhado de Zé da Luz e, por seu intermédio, a obra do grande vate matuto ganhou o mundo. Abrindo ainda outro parêntese para anunciar, com orgulho, que Zé da Luz está entre os 100 maiores poetas brasileiros do Século XX, na opinião dos mais renomados intelectuais do país.

          Mas voltemos à Itabaiana da era de 50 a 60, com um grupo de intelectuais, artistas e operários fundando a União dos Artistas e Operários de Itabaiana, sob o comando de Daciano, Neco Frizo e outros baluartes, entre eles um alfaiate de nome João Dantas que, semi-analfabeto, era um tribuno inflamado, para deleite e atratividade de tudo quanto era inauguração, comício, reunião e velório. Sua voz de tonalidade arrebatada encantava os conterrâneos e empolgava a juventude itabaianense, segundo testemunho do professor Odésio Amorim, na época, telegrafista da velha Estação Ferroviária. Toda essa elite intelectual e política reunia-se na União de Artistas e Operários, um clube beneficente que, de certo, teve influência dos ideais maçônicos, posto que, no frontispício de sua sede, estava lá a simbologia do esquadro e compasso a marcar, na simplicidade de uma agremiação operária, o sonho de fraternidade dos fundadores da União.

          Destacando-se dos líderes pela oratória, surgia sempre o João Dantas; quando a multidão enxameava os ambientes festivos, nas reuniões alegres ou de desagravo, quando a massa acorria aos comícios do velho PSD, liderado por José Silveira, lá estava João Dantas que só falava devidamente paramentado de gravata. Orador consciente dos seus dotes e carisma, não dispensava a vestidura tradicional, a guarnição de todo tribuno, que era o paletó de linho e a indefectível gravata. Sem gravata, não havia discurso de João Dantas. Tanto que, convidado de última hora para “dar uma palavrinha”, o virtuoso da palavra recusava a honra, mas sem gravata não lançaria a luz da sua oratória.

          O oficial dos arreios e selas que foi Daciano Alves de Lima juntava seus amigos em sua oficina da Rua da Gameleira, e era João Dantas quem dava o tom que agitava o marasmo da Itabaiana de então, nas lutas políticas lideradas pelo populismo de centro-esquerda de um político de origem conservadora, mas que foi, no restrito espaço da província, um estadista. Este era José Silveira, para cuja vida política o tribuno popular João Dantas dedicou o melhor do seu talento, a viveza de sua imaginação, o requinte do discurso mais profundo e fervoroso. E foi em plena passeata de campanha de José Silveira, na subida do Alto dos Currais, que o coração de João Dantas parou e sua alma subiu a outro status, sempre de gravata, enfileirando-se na galeria dos grandes tribunos populares nascidos em Itabaiana. Era uma lenda viva, um singular líder do povo que, na sua humildade, sempre foi fiel aos ideais de fraternidade e união de classes.

          Seu ídolo político, José Silveira, mandou construir uma casinha que ofertou à viúva, um reconhecimento do generoso político ao seu seguidor mais fiel, ao orador que traduzia os sentimentos do povo e transvertia toda emoção da palavra nas grandes manifestações de massa de Itabaiana de outrora, no tempo em que ainda havia mais vida inteligente neste planeta às margens do Paraíba.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

O homem que beijou um jumento pensando que era Roberto Carlos

Sanderli e seu irmão Carlitos beijando o burro, fato que inspirou o cordel "O homem que beijou um jumento pensando que era Roberto Carlos"

Sanderli,

O caso é o seguinte:

Na sexta-feira, o lançamento do livro de Romualdo Palhano no Sebo Cultural será às 19 horas. Coisa simples e sem muito terê-tê-tê. Você abre os trabalhos, apresenta o nobre escritor (ou não) e tudo bem. Depende do público presente. Se não tiver muita gente, nem precisa falação.

Em Itabaiana, o negócio é diferente. Você vai? Se for, será bem vindo na nova sede do Ponto de Cultura. Esperamos lançar seu livro no Ponto ainda este ano.

Lá, eu quero ter a participação de todos da equipe de apoio, os voluntários. Se for o caso, você faz a intermediação entre uma participação e outra. Aí eu faço o roteiro direitinho, com todos os detalhes.

Teremos entrega de placa em homenagem a Zé Mário Pacheco, troféu a um ator de teatro, apresentação de Romualdo, estréia do Ganzá de Ouro e seresta com Chiquinho Bezerra. Depois, ligeiro coquetel. Sim, e foto do homenageado no Ponto. E aí, vai ou não vai? Romualdo é mais amarrado do que caranguejo quando entra na cidade, entretanto, garante o combustível e eu convido para tomar a sopa de Josuel Barriga de Mel.

Você aproveita para recitar o poema do cabra que zombou da Bíblia e como castigo teve sua casa incendiada pelo balão de São João. Depois, se der tempo, recita as Fulô de Puxinanã, de Zé da Luz.


Caro Fábio,
 
Já confirmo a minha presença no Sebo Cultural e vou ver se dá para ir a Itabaiana.
 
Abraços,
 
Sanderli
 

Meu primeiro livro completa 25 anos


Em 1987, publiquei meu primeiro livro de poesias. Chamava-se Lira Desvairada o livrinho de pouco mais de 32 páginas fotocopiadas com as primeiras composições poéticas. A edição de cerca de 200 exemplares circulou entre os amigos e correspondentes, que eu tinha por hábito trocar cartas com mais de cem pessoas do Brasil e estrangeiro, numa época sem internet. O carteiro deixava em média umas 20 cartas por dia na minha caixa postal. Através desse expediente, vivia minha vida imaginativa, trocando poemas, conhecendo pessoas de lugares distantes, aprendendo a me comunicar por escrito. O atilado espírito crítico de alguns desses correspondentes já me avisava: não tenho pendores para a arte poética. Mesmo assim saí cometendo poemas, sem planos de publicar. Depois, juntei alguma produção e lancei “Pátria Armada”, meu último livro de poesia.

O livrinho representa um aspecto de uma época de minha vida, o tempo em que vivia outra realidade, numa idade em que a maioria dos de minha geração estava namorando com a resistência política à ditadura. Desse intenso período de combate íntimo contra as “forças do mal” saíram poemas de forte conotação política, expressões melancólicas “com o lirismo incomum dos que nada podem”, conforme registrei em uma das poesias de Lira Desvairada. Naquele tempo “de verdes anemias, tínhamos os corações dormidos e as barrigas indolentes, com medo de que o gato nos comesse a consciência”. A gente se achava o sal da terra, “apesar do martírio desse instante anacrônico, apesar da tortura desse momento-acidente”.

 


O jornal JÁ fechou


Mas não se trata do tablóide sensacionalista publicado pelo Sistema Correio. É um jornal combativo do Rio Grande do Sul. O jornal quebrou por causa de ações judiciais movidas contra ele pelo ex-governador gaúcho Germano Rigotto e família. A perseguição judicial durou dez anos.

O JÁ ousou denunciar a maior fraude com dinheiro público na história do Rio Grande do Sul, de responsabilidade de Germano Rigotto e familiares. O seu irmão mais esperto, Lindomar, é o principal implicado entre as 22 pessoas e as 11 empresas denunciadas pelo Ministério Público e arroladas em 1995 pela CPI da Assembleia Legislativa gaúcha que investigou uma falcatrua na construção de 11 subestações da Companhia Estadual de Energia Elétrica. Até hoje ninguém foi incomodado pela Justiça. O jornal alternativo JÁ, que denunciou o crime, pagou o pato.
Na Paraíba, a imprensa combativa morreu faz tempos. Ficaram alguns toqueiros a incomodar um e outro por míseros reais. Abro aspas para o jornalista Anco Márcio: “No rádio da Paraíba não se faz porra nenhuma a não ser falar em política, entrevistar político e fazer perguntas sobre política. Parece que todos os radialistas e toqueiros paraibanos, viraram de uma hora para outra, analistas políticos e, motivados por duzentos daqui, trezentos dali, contam as façanhas e desditas da politicalha local.”

O nosso “JÁ” é a principal fonte de informação do povo. Vendido a 25 centavos, traz na capa invariavelmente fotos de mulheres nuas e cadáveres ensanguentados. Depois do Big Brother, é a mídia preferida do povão. Até os bandidos “canalhas, tarados e sem vergonha” que aparecem no jornal gostam de ler a publicação. Manchetes comuns: “Bala no chifre do marido”. “Marido brochou e mulher corta seu pênis”. “Sangue e tripas de fora na favela”. O povo gosta de fofoca, sacanagem e escândalos, segundo a ótica dos que vivem de vender esse tipo de jornal.

Acreditem, saiu uma manchete assim num desses jornais: “Aluno é expulso por causa do chulé. Mãe revoltada diz que a coisa vai feder pro lado da professora”. Eles chamam isso de criatividade e dinamismo.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Rádio Tabajara da Paraíba comemora 75 anos nesta quarta-feira (25)


Acima, o prédio antigo da Rádio Tabajara, demolido na década de 80. Na outra foto, a nova sede da emissora
Para marcar a data, a emissora incluirá em sua programação depoimentos de personalidades que estiveram presentes em sua história como veículo de imprensa radiofônica estadual.

As comemorações pelo aniversário da rádio foram um dos temas abordados pelo governador Ricardo Coutinho na última edição do Programa "Fala Governador”, transmitida nessa segunda-feira (23) pela emissora. "Poucos Estados têm uma rádio própria que seja tão antiga e com tantas histórias. Ao longo desse tempo, ela contou a história política, social e esportiva da Paraíba, o que torna a Tabajara uma emissora indispensável para o Estado”, disse o governador.

Ele destacou as reformulações feitas pela atual gestão na programação da emissora, que ganhou impulso com foco no serviço, na cultural local, na informação e no entretenimento. "Agora é uma emissora plural, que recebe todas as tendências, porque a rádio não é do governante, mas do Estado. Aliando isso a uma programação musical de qualidade, que toca música da Paraíba, a Tabajara passa a ser muito mais respeitada”, avaliou Ricardo.

**Histórico** – As primeiras transmissões da Rádio Tabajara, com 10 kW de potência, ocorreram em 25 de janeiro de 1937, quando surgiu a então Rádio Difusora do Estado (PRI 4), inaugurada pelo governador Argemiro de Figueiredo.

Os equipamentos foram montados pela empresa Byington & Cia, que instalou os transmissores na Fazenda São Rafael, área onde, em 1985, foi inaugurada a atual sede da emissora. Em abril do mesmo ano, a emissora passou a ser denominada Rádio Tabajara, em homenagem aos índios Tabajara.

A primeira sede da Tabajara, construída na Rua Rodrigues de Aquino, no Centro de João Pessoa, foi demolida na década de 80 para se construir no local o então Fórum da Capital. Depois, a emissora funcionou por vários anos em um prédio na Avenida João Machado, ainda existente. Em 1985, o então governador Wilson Braga construiu e inaugurou a sede atual, localizada na comunidade São Rafael, bairro da Torre, local onde, em 1937, foram instalados os transmissores da rádio.

A idéia que originou a emissora surgiu da iniciativa de um grupo de amigos que, na década de 30, colocou no ar uma rádio artesanal: a Rádio Clube da Paraíba, que funcionou numa casa no bairro do Roger, nas imediações do Parque Arruda Câmara. Os amigos levaram a proposta para o governador e o Estado criou a Rádio Tabajara.

Vinte anos de teatro

Chico César, Giuseppe Marcello e Jessier Quirino

Vinte anos de teatro e alucinação. Até que um dia vendeu tudo e regressou a seu rio de infância e às árvores de sua aldeia natal. (Jorge Luiz Borges)

O texto acima, de Borges, está fora de contexto, mas assim mesmo ilustra a saga do meu amigo Giuseppe Marcello, ator itabaianense que tem como proposta de vida viver para a arte cênica. Deixou que essa paixão o guiasse pelo Brasil afora, em São Paulo e principalmente no Recife onde armou sua tenda, enveredou pelos mares do palco com  coragem, sem medo do ridículo no teatro de rua, nessa militância extremamente difícil e quase sem retorno financeiro que é fazer teatro no Brasil.

Anos de inquietas procuras, até que voltou à sua terra natal. Aqui, a chama do teatro ainda queima, e mais ainda a preocupação com a formação de platéias, o zelo pela continuidade do Grupo Experimental de Teatro de Itabaiana porque sabe ser o teatro um importante agente de transformação social. Giuseppe completa vinte anos de carreira como ator, e pelo seu compromisso com as raízes culturais do Nordeste recebe o Troféu Zé da Luz no dia 28 de janeiro, quando o Ponto de Cultura Cantiga de Ninar inaugura seu novo espaço na Rua Coronel Firmino Rodrigues, 107, em Itabaiana do Norte.

Assumir o teatro como opção de vida não é para qualquer um. Nunca foi fácil fazer teatro no Recife, imagina aqui em Itabaiana. Ele tem consciência da dureza do seu caminho, entretanto sua busca continua na dura batalha de produzir arte com paixão e respeito pelo palco e pelo público.

Uma manhã na biblioteca


O PRÉDIO DA BIBLIOTECA PÚBLICA, ONTEM E HOJE — Dois momentos de um mesmo prédio: uma fotografia antiga e outra atual.


Ontem fui à Biblioteca Pública Estadual, na esquina da Avenida General Osório com a rua Peregrino de Carvalho, no velho e bonito prédio onde já funcionou o Tribunal de Justiça da Paraíba. Doei exemplares do meu livro “História de Biu Pacatuba, um herói paraibano”.

Gosto de doar livros para bibliotecas, democratizar a leitura. Não guardo livros em casa, só os de referência. Esta edição do “Pacatuba” será doada quase que totalmente. Só uma parte reservarei para venda, em benefício do Ponto de Cultura Cantiga de Ninar.

Quem prefere trocar livros, como a gente fazia quando criança na frente do cinema Ideal em Itabaiana, uma boa alternativa é a permuta em sites como Trocando Livros, livralivro e Skoob Plus. Nesses sistemas, você doa o livro e recebe créditos por isso, os quais são usados para pedir, gratuitamente, livros de outros membros da rede. Uma grande biblioteca colaborativa, um uso maravilhoso da Internet que muita gente ignora.

Aproveitei para visitar as estantes de autores paraibanos. Li a metade do romance “O céu se lembrará de nós”, do juiz de direito aposentado Reginaldo Antonio de Oliveira. Em linguagem pouco trabalhada e cheia de lugares comuns, o enredo se arrasta com seus clichês que empobrecem o trabalho. Mas não é dos piores. Aqui e ali, reflexões interessantes. O ex-juiz dedica o seu livro “especialmente para todos os meninos pobres deste país, expatriados na sua própria terra, tão desatendidos e tão desamparados por fantochescas autoridades”. Quem lembra da atuação do juiz na Comarca de Itabaiana sabe bem o que significa “fantochescas autoridades”. 

Voltando à circulação de livros, muita gente está adotando a prática de largar livros em locais públicos para que sejam lidos por outras pessoas. Deixam livros em bancos de jardins, lanchonetes, ônibus e outros lugares para facilitar o acesso das pessoas à cultura. O conceito chama-se BookCrossing e tem um site: www.bookcrossing.com.br

Não mate seus livros, deixando-os mofar na estante.