quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Romualdo Palhano visto por Alexandre Oliveira


Alexandre Oliveira, poeta e escritor, foi fundador do TECA com 17 anos

O Sebo Cultural lançou ontem (7) a coletânea “Outros olhares na literatura paraibana”, com críticas de livros de autores nossos por 60 leitores,  entre eles Alexandre R. S. de Oliveira, que comentou o livro “A saga de Altimar Pimentel e o TECA”, do meu compadre Doutor Romualdo Palhano. Alexandre foi ator e fundador do Teatro Experimental de Cabedelo (TECA), conjunto cênico que nasceu sob a inspiração do pesquisador e dramaturgo Altimar Pimentel. O primeiro espetáculo do grupo foi “Cemitério das juremas”, de Pimentel, sobre um grupo de umbandistas. Por mexer em temas populares e falar em liberdade, o espetáculo foi proibido pela censura.
“Quando a polícia proibiu foi choro, porra! Negro passou a noite toda sem dormir, a turma chorou no palco, foi uma verdadeira loucura”, afirma no livro o autor e líder do TECA Antonio Martins. Comovente o testemunho de jovens querendo fazer arte e sendo reprimidos pelas forças ditatoriais. Romualdo viveu dois momentos de nascimento e desenvolvimento de um grupo teatral amador. Um deles foi o TECA, o outro se chamava Grupo Experimental de Teatro de Itabaiana. As duas situações são estudadas em duas obras. Sobre o GETI, Romualdo escreveu “O teatro na terra de Zé da Luz”. 

São 60 livros de autores paraibanos comentados na coletânea do Sebo Cultural. O projeto é de Heriberto Coelho, um livreiro preocupado com o processo de incentivo à leitura e à divulgação de nossas letras. No projeto, é dada a palavra ao leitor que descobriu seu senso crítico ao tomar contato com um livro de autor paraibano. “Quero incentivar o hábito da leitura”, diz Heriberto, de olho em potenciais leitores e clientes, dono que é de uma livraria com mais de 20 mil títulos. A literatura paraibana está no Sebo Cultural, de “Vida e Poesias", o primeiro livro escrito na Paraíba (1854) de autoria do capitão mor Francisco Xavier Monteiro da Franca, até o mais recente lançamento das dezenas de poetas, contistas, dramaturgos, filósofos, romancistas e historiadores, que nossa vida literária é fértil. Às vezes fico pensando onde se encontram os leitores de tantos livros lançados mensalmente na Paraíba. Dos leitores não dou notícias, mas toda essa produção está nas estantes do Sebo Cultural.

Para incrementar o negócio, Heriberto Coelho abriu um bar deveras agradável no Sebo Cultural, uma mistura de bar boêmio com clube literário. O ambiente é ótimo, tem música ao vivo e cerveja honesta. E você pode dar de cara com um poeta, jornalista ou escritor conhecido, que lá é o reduto da intelligentsia e do cenário artístico pessoense.

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