segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Filha de Baby e Pepeu disse que trepava todo dia, mas foi salva por Jesus


Pastora Sarah Sheeva


Quase 3.000 mulheres atenderam ao chamado da pastora Sarah Sheeva, 38, na noite de terça-feira passada.

´Aqui, homem não entra. É o nosso complô contra o espírito da cachorrice´, diz a filha dos cantores Baby do Brasil e Pepeu Gomes, missionária da Igreja Celular Internacional.
De Bíblia, agendas e bloquinhos nas mãos, as candidatas a ´princesas´ dizem ´amém´ aos ensinamentos da ex-cantora que hoje prega abstinência sexual até o casamento.

´Estou há dez anos sem sexo. Uns nove sem dar beijo na boca. Sou radical´, relata Sarah. ´Era ninfomaníaca, não ficava sem homem. Minha alma foi curada por Jesus.´

Ela diz que busca em Deus força para adormecer os desejos carnais. ´Ele supre minhas necessidades emocionais. Supre minhas necessidades sentimentais´, afirma o refrão da canção que entoa.
 
O tom emotivo da música leva várias mulheres ao choro convulsivo, algumas parecem em transe. A cada frase de efeito, a plateia responde com gritos e aplausos, entremeados por risos e choros.
Crente desde 1997, Sarah é um fenômeno entre os evangélicos. Roda o Brasil com o ´Culto das Princesas´, misto de palestra de autoajuda e pregação, alternados com os seminários Santificação 1 e 2.

Ela diz que não cobra cachê. Vive da venda de dois livros. Um deles chama-se ´Defraudação Emocional´, em que ensina as solteiras a arrumar um casamento abençoado com um ´príncipe´.
A receita, porém, ainda não funcionou para ela. Sarah diz que tem muitos pretendentes, mas nenhum ainda aceitou suas regras: não pegar na mão até o noivado; beijo de língua e sexo só na noite de núpcias.

Do púlpito, com um laptop à frente, ela faz um apelo para o público feminino aderir à sua meta de santificação: ficar seis meses sem dar beijo na boca do namorado.
É o pedágio para virar princesa e fazer o príncipe colocar a aliança no dedo. Depois, é festa. ´Solteira diz não, casada diz sim´, prega.

Casou pode tudo e muito mais. ´Agora, sexo lá em casa é de manhã, de tarde e de noite. Voltei para casa uma princesa. Meu marido adorou´, diz Paloma Affonso, 24.
Na espera por um autógrafo, ela se diz ´do lar´. Paloma investiu R$ 200 no vestido floral e nos adereços para ver sua guru. Não faltou nem tiara na produção em tons de azul. ´Princesa moderna não usa rosa, usa azul´, ensina.

A vestimenta é um capítulo à parte. ´Nesse nosso clube, vocês vão aprender como deixar de ser cachorras´, diz Sarah ao microfone, para delírio das companheiras de fé.
A missionária da abstinência conduz o show com segurança. Adota um estilo retrô. O visual é ´moça de família´ dos anos 60. Usa um vestido rodado, com anágua de tule por baixo, arrematado por um romântico bolero.

Ataca o estilo ´vulgar´das periguetes, cachorras e afins, com suas roupas coladas e decotadíssimas. ´Não uso decote, aqui não tem amostra grátis´, diz para muitas garotas vestidas com calças bem justas e tops de fazer inveja a muita ´preparada do funk´.

Elas lotam o salão térreo e o mezanino da Comunidade do Casarão, igreja evangélica de Mauá, Grande São Paulo.

SÓ PRA VOCÊ

Na parte final do culto, dedicada a perguntas, Sarah dá conselhos a uma senhora que quer saber se tem direito de recusar o pedido do marido para fazer sexo anal.

´Vai na farmácia, compra um lubrificante e dá glória a Deus por ter um peru só para você em casa. Tem que dar valor´, responde Sarah. Risos e amém, em uníssono.

É a preparação para o ´grand finale´. ´Princesas, como é que se diz?´, pergunta Sarah. ´Fora, cachorrada´, respondem em coro uma plateia a essa altura dominada pela oratória e pelas piadas da pastora/artista. É quase meia-noite, hora de princesa dormir.

Do site
www.ancomarcio.com



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