quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Uma barata pousou na minha sorte


Estando minha pessoa teclando no meu PC, no meu quarto infecto, senão quando não mais que de repente passa rente ao meu nariz uma barata voadora. Fugi. Não nego que uma barata me expulsou dos meus domínios. Tenho delas pavor mórbido.

É a tal coisa: a natureza sofre horrores nas mãos da sociedade industrial, mas sua vingança vem em forma de flagelos como a barata que aparece nos momentos mais inconvenientes. Lembrei assim sem querer de uma cena ridícula pelos idos de 1975 na cidade de Bananeiras, onde arrumei uma namorada para me auxiliar na lavagem das minhas roupas e no banho dos porcos do projeto de zoonotecnia da Escola Agrícola Vidal de Negreiros. Nas horas vagas a gente treinava troca de saliva e explosão de hormônios.

Em um momento desses idílios, eis que aparece uma senhora barata. Já desconfiada de minha natureza tímida e covarde por causa dos porcos enormes que eu a fazia tratar todos os dias, a moça esboçou tímido sorriso de escárnio diante do meu gritinho discretamente pederasta. Perdi a namorada e tive que enfrentar os barrões enormes com seus dentes afiados, além da roupa suja. Tudo por causa do inseto assassino de sonhos.

Eu já contei aqui que perdi emprego de repórter no jornal O Norte por causa de baratas, muitas dessa vez. Depois do episódio de Bananeiras, andei ensaiando poses de indiferença perante o perigo de uma barata estando na companhia de uma fêmea. Em vão. Jamais aprendi a exterminar esse inseto com um pisão ou sapatada.

Em tempo: fui expulso dessa escola por indisciplina. Desgostoso com o ensino formal, ficou para mim inatingível o diploma universitário, perdendo assim meu direito a cela especial. Conseguir ser expulso de todas as escolas em que tentou frequentar exige muito talento e disposição, modéstia à parte.

O medo de baratas tem o nome de Catsaridafobia ou Katsaridafobia, conforme leio no Google. Catsaridafóbicos sentem calafrios com a presença do inseto, muitos chegam a ter ataques. Eu pessoalmente tenho febre. O detalhe: esse medo se verifica mais entre as mulheres. Medo é medo, não dá pra discutir. Conheço um cara que tem medo de boneco de ventríloquo. 

Um comentário:

  1. Oi Fábio: Você nos brindou com uma página antológica que na certa comporá um novo livro seu.Medo e repugnância à barata, um animal doméstico portar de inúmeras doenças. Estive com meu primo Assis Lemos, na festa de Maranhão, mas não ficamos para o almoço, pelo calor e quantidade de gente, acomodada num espaço minimo. Mas tivemos tempo suficiente para falar em voçê e a mim foi atribuído por Assis enviar-lhe um abraço de afeto, pela distinção de dedicar-lhe seu livro - BIU PACATUBA. Ele vai para nossa Areia, 4ª feira para me ouvir falar sobre nossa terra e Zeamerico. No regresso lhe conto. Um abraço, outro de Assis. Lourdinha

    ResponderExcluir