quinta-feira, 30 de junho de 2011

DALMO OLIVEIRA: “Rádio de Cruz das Armas está descaracterizada e não atende aos critérios de uma verdadeira radcom”




Esta declaração e outras abordagens sobre o movimento de rádios livres e comunitárias na Paraíba estão no programa “Alô comunidade” que a Rádio Tabajara da Paraíba (AM) veicula neste sábado, (02/07), a partir das 14:00h

O programa também dialoga com o jornalista e radialista Wellington Costa, de Cabedelo, editor do portal “Soltando o verbo”, e com a também jornalista Fabiana Veloso, da rádio comunitária Zumbi dos Palmares.

Além de tocar músicas de qualidade com artistas paraibanos (Paulo Ró, Pedro Osmar e Adeildo Vieira), o programa conversa com o cantor e compositor Chico César, atual Secretário de Cultura da Paraíba.

“Alô comunidade” é uma produção da Associação Brasileira de Radiodifusão Comunitária no Estado da Paraíba – ABRAÇO - e da Sociedade Cultural Posse Nova República (Rádio Comunitária Zumbi dos Palmares)

EDUCAÇÃO É A SAÍDA


Deu no site da Universidade Estadual da Paraíba

Rádio Comunitária Zumbi dos Palmares: na contramão do atrelamento político

Por Juliana Marques, da ASCOM/UEPB

Dar oportunidade à difusão de ideias, elementos de cultura, tradições e oferecer mecanismos de formação e integração de uma determinada comunidade, estas são algumas das funções de um serviço de Radiodifusão Comunitária conforme a Lei 9.612 de 19 de fevereiro de 1998. Contudo, mesmo com sua missão definida em Lei, um grande número de rádios comunitárias por todo o país e no Estado da Paraíba deixa de se preocupar com o conteúdo disponibilizado e passam a focar em aspectos políticos e financeiros.
Para ser caracterizada como Rádio Comunitária uma emissora precisa ter um alcance limitado a, no máximo, 1 km a partir de sua antena transmissora, criada para proporcionar informação, cultura, entretenimento e lazer a pequenas comunidades. Tal entidade também não pode ter fins lucrativos nem vínculos de qualquer tipo, tais como partidos políticos e instituições religiosas.
De acordo com uma pesquisa do estudante do curso de Comunicação Social da UEPB, José Alberto da Nóbrega Simplício, a Paraíba conta atualmente com 104 entidades legalizadas para o serviço de radiodifusão comunitária. Porém, a grande maioria destas Rádios Comunitárias não disponibiliza espaço para o jornalismo comunitário.
Conforme aferido no estudo as informações veiculadas não dão conta do universo informacional das comunidades e estão muito agregadas a fontes oficiais. Já a cultura local se resume, praticamente, a alguns programas que veiculam músicas regionais, repentes e poesias.
 O aluno chegou a essa conclusão através da insuficiência de conteúdos informativos e culturais comprometidos com a realidade local nas rádios comunitárias paraibanas. Para ele, isso se deve ao atrelamento político-partidário, bem como a falta de capacitação dos recursos humanos que atuam nessas emissoras e dos movimentos da sociedade organizada quanto aos reais propósitos da comunicação comunitária.
 Contrapondo-se ao papel e a importância que possui esse veículo, as emissoras comunitárias, embora sejam concedidas a associações e a grupos da sociedade organizada, estão servindo, na maioria dos casos, para beneficiar determinados grupos políticos ou empresariais da localidade. Ou seja, há o interesse particular se sobrepondo ao público. Existe também forte influência exercida pelas rádios comerciais na programação das emissoras comunitárias.
Na contramão desse panorama está a Rádio Comunitária Zumbi dos Palmares, com o programa “Alô Comunidade”, que faz parte da grade de programação de quatro emissoras de rádios comunitárias paraibanas, sendo retransmitida pela Rádio Tabajara AM. Cultura, cidadania, saúde e educação são alguns dos temas abordados pelo programa, que tem duração de uma hora e abrange assuntos das comunidades onde atuam essas emissoras populares.
Segundo os responsáveis pelo “Alô Comunidade” o programa divulga as notícias de interesse das comunidades que não são divulgadas na mídia convencional, o cotidiano das associações de bairro, com espaço para os movimentos sociais, sindicatos e ONGs.
Este é o modelo de programa que deve compor a grade de programação de uma Rádio Comunitária, e ainda, de acordo com o Ministério das Comunicações, aquele que contribui para o desenvolvimento da comunidade, sem discriminação de raça, religião, sexo, convicções político-partidárias e condições sociais.
A programação deve respeitar sempre os valores éticos e sociais da pessoa e da família, prestar serviços de utilidade pública e contribuir para o aperfeiçoamento profissional nas áreas de atuação dos jornalistas e radialistas. Além disso, qualquer cidadão da comunidade beneficiada terá o direito de emitir opiniões sobre quaisquer assuntos abordados na programação da emissora, bem como manifestar ideias, propostas, sugestões, reclamações ou reivindicações.
Porém, muitas emissoras não enxergam o verdadeiro papel de uma Rádio Comunitária e passam a “vender” espaços comerciais, o que, de acordo com a Lei, não é autorizado, a não ser na forma de apoio cultural. Essas mesmas rádios se transformam em palanques em época de eleições e políticos se aproveitam desse espaço para propagar suas ideias de forma bem menos onerosa, mas com um alcance rápido e direto, em troca de ajuda financeira ou de favores concedidos a uma minoria.
É preciso repensar essa realidade que impera não só na Paraíba, mas em todo o país, o que estamos fazendo das nossas rádios comunitárias? É preciso lutar para que exemplos como o Programa “Alô comunidade” na Rádio Comunitária de Zumbi dos Palmares sejam regra e não exceção!

Blog da Rádio Zumbi e programa "Alô comunidade"

O programa “Alô comunidade”, edição do último sábado (25), já está no blog da Rádio Comunitária Zumbi dos Palmares (www.radiozumbijp.blogspot.com). O programa é transmitido todo sábado, a partir das 14h, pela Rádio Tabajara AM. A produção é da Rádio Comunitária Zumbi dos Palmares em parceria com a Associação Brasileira de Radiodifusão Comunitária no Estado da Paraíba – ABRAÇO/PB. As emissoras comunitárias que desejarem participar do programa devem entrar em contato com o jornalista Dalmo Oliveira através do telefone (83)8897.1340 - 8898.3155

De solidão, mentira e outras imposturas



Incrível como as melhores frases estão nos lugares mais bestas (Poema de rua no mercado central em João Pessoa)

A gente morre de câncer ou de dor, o que vem a ser a mesma coisa. Já viver, alguns vivem de esperança, outros de caridade e de arte uns poucos.

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As garras de ataque da Justiça mais uma vez me atingem. Querem que eu tire do ar um blog ao qual não tenho acesso. A Justiça é enigmática. Não compreendo os detalhes, mas capto o sentido geral...

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Nos seus tempos de glória mundana, Madame Preciosa teve a bunda mais fascinante de todas as que saracotearam no cabaré do Carretel. Há muitos anos, só o fiel Sonsinho sucumbe ao seu rebolado decaído. O poeta Sonsinho vê a bunda com os olhos de prestidigitador. 

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Os homens só repudiam as bundas de fogo morto. Não importa a idade.

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Mentiras são ocorrências que talvez jamais sucederam. Mas sucedem toda vez que são contadas. A mentira é a maior verdade.

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Ameba justifica o celibato: “boi sozinho lambe melhor”. Na parede, um quadro com coração mal arrumado: “Eu nos amo”. 

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Eduardo Galeano e o lamento do pobre: “pobre não tem religião: pratica superstição”.
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“Pobre não faz arte, faz artesanato; pobres não são seres humanos, são recursos humanos”.
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“Pobre não tem cultura, tem folclore – Pobre não tem nome, tem número”.

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“Pobre não aparece na História Universal, aparece na página policial”.

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Campanha contra baixaria no rádio e TV será lançada na Paraíba



A campanha "Quem financia a baixaria é contra a cidadania" deverá ser estruturada na Paraíba. Pelo menos é o que desejam várias entidades da sociedade civil, preocupadas com a falta de respeito aos direitos humanos e à dignidade do cidadão em alguns programas de rádio e TV no Estado. Um dos idealizadores é Alexandre Guedes, advogado e membro da Comissão do Fórum de Ética e Mídia da Paraíba, representante da Ordem dos Advogados do Brasil. 

Por meio da campanha "Quem financia a baixaria é contra a cidadania", é feito o acompanhamento permanente da programação nas rádios e TVs. Os avaliadores publicam a lista dos programas que desrespeitam a Constituição no que se refere aos direitos humanos e cidadania, tornando pública a relação dos anunciantes de tais programas. “O objetivo é chamar essas empresas que patrocinam tais programas para a sua responsabilidade social com ética, desenvolvimento e direitos humanos e educação para o exercício da cidadania ativa na comunidade”, esclareceu Guedes.

O advogado explicou que uma Comissão deverá avaliar as mentiras, incitamento ao crime, atentados aos direitos humanos das minorias, preconceito racial e homofobia, além de outros ataques feitos contra populações pobres e crianças e adolescentes perpetrados por alguns comunicadores em emissoras de rádio e TV. “Não se trata de censura, mas achamos que é dever da sociedade e dos poderes públicos avaliar esses programas e debater a responsabilidade social da mídia”, explicou.

A campanha deverá ser lançada em audiência pública na OAB/PB, ficando marcada reunião plenária para tratar deste e de outros temas no dia 30 de julho às 9h na sede da entidade.

terça-feira, 28 de junho de 2011

Pelo direito de se abroquelar


Professor Astromar da novela Roque Santeiro, sujeito esquisito que virava lobisomem

Aristóteles foi um filósofo grego, aluno de Platão e professor de Alexandre, o Grande. O homem entendia de física, metafísica, poesia, teatro, música, lógica, retórica, biologia e zoologia. Foi simplesmente um dos fundadores da filosofia ocidental. 

Pois meu colega Chico Eufrausino, que Deus o tenha, botou no seu filho o nome do filósofo grego e disse: “É pra honrar o seu xarapa da Grécia: estude e mostre raça nesta terra de analfabetos”. Não deu outra: nosso Aristóteles, filho de Chico ferroviário, estudou pra doutor e hoje é um bacharel em direito, entendido tanto em assuntos jurídicos como em outras ciências. 

Em um lugar pequeno, pobre como a Paraíba, onde o aluno sai da escola analfabeto funcional, o povo não tem sabença, não gosta de quem tem e fica com raiva dos eruditos. Pois o nosso Ari deu entrevista à repórter Karina Tenório da TV Cabo Branco para tirar algumas dúvidas dos consumidores sobre um assunto lá do Procon, que Ari agora responde pelo setor jurídico daquele órgão. Na entrevista, doutor Ari usou termos técnicos, falou bonito, como se diz. “Abroquelou-se” do seu direito de exprimir-se em alto nível, o que foi motivo de chacota e escárnio na imprensa. A internet bombou com comentários e pilhérias sobre a entrevista do moço. Botaram a fita com os comentários do doutor até no Youtube.

A maldade dessa gente é uma arte, como solfejou nosso poeta Noel Rosa. Um leitor do blog do Tião Lucena desconfia que o rapaz de Itabaiana é cria do professor Astromar, aquele erudito excêntrico da novela Roque Santeiro. Outro engraçadinho defecou: “Não entendí esmericamente o assunto albiquetado por este insópito e destrinquexudo advogado do Procon”. Um tal de Marcos Lelo desconfia que Ari andou fumando maconha vencida. Já o advogado e mestre do idioma, Shalako, analisa que “ficou sem sentido a frase principal. Abroquelar significa escudar, proteger, defender. Acho que não há nada demais o que o Senhor Aristóteles falou, porém se enganou quanto ao uso do verbete. A linguística vem combater o que mais se critica aqui: o uso pseudo-racional da língua culta. O que deveria estar em voga era o real destinatário da mensagem, qual seja, o consumidor final, o que não foi observado pelo emitente da mensagem, no caso o eminente assessor jurídico”.

Na verdade, essa raça é um bando de despeitados. Não têm sabença e ficam tirando onda com nosso jurista. O escritor baiano Ubaldo Ribeiro é quem tem razão, quando acunha: “Nós não gostamos da nossa língua, assassinamos os recursos que a língua portuguesa tem, achamos que é pernosticismo usar uma mesóclise de vez em quando”. O filólogo de porta de bar conhecido por Ameba foi taxativo: “Trata-se de tertúlia flácida que envolve bovinos em amplexos de Morfeu", ou seja, "conversa mole pra boi dormir". Mas não tem nada não. É fazendo merda que se aduba uma vida, conforme provérbio da lavra do filósofo Sonsinho.

Ontem eu dormi feliz!

Jessier Quirino, Edglês Gonçalves (Ponto de Cultura Cantiga de NInar) e Chico César

Grande público esteve na praça para participar da festa
                Ontem minha querida Itabaiana recebeu a caravana do projeto FOGUEIRAS DA CULTURA, com a presença do baluarte da cultura paraibana, o Secretário de Cultura da Paraíba Chico César. Agradeço a todos os que se fizeram presentes na praça Epitácio Pessoa para ver e prestigiar a nossa cultura junina. Agradeço também às quadrilhas Estilo Jovem do Projovem de Salgado de São Félix que abriu a noite, a quadrilha Geração Junina Matura do Projovem e PETI de Gurinhém, que fez um show brilhante na sua apresentação e a quadrilha Cel. José Lins da cidade de Pilar com espetáculo tocante em homenagem a Sivuca na sua terra. Quero agradecer também ao grupo folclórico Jovens Talentos também de Gurinhém, abrindo o forró com Flor de Caróa, Alexandre Pé-de-serra e finalizando com o mestre rabequeiro Beto Brito. Que noite! Que espetáculo de cultura!

                A noite foi tão boa que até o compadre Jessier Quirino esteve presente. A última vez em que eu presenciei a praça com um montante de pessoas de ontem foi em 2009 na estréia do espetáculo “Espelho”, da Cia. Palco da Vida. O que mais me deixa feliz é que tivemos um palco sem intenções nem propagandas políticas, sem as picaretagens de praxe. Foi um palco democrático e lindo numa noite pela cultura e pelo amor às nossas tradições. Assim, eu dormi feliz porque a nossa Itabaiana viveu uma noite à sua altura.

                Agradecer também à Articulação Regional da radialista Clévia Paes que se empenhou na mobilização do evento, aos meios de radiofônicos locais, ao J. Severino, Débora Lins, José Walmir, enfim, a todos que estiveram nos bastidores da “Fogueiras da Cultura”, todos ligados ao Ponto de Cultura Cantiga de Ninar, Associação Gayrreiros do Vale e Associação Cultural Memória Viva.

                   Edglês Gonçalves

Morreu Dolfo, um craque do futebol de Itabaiana

Dolfo era irmão de Índio, também já falecido. Os dois eram a cara do União Sport Clube de Itabaiana. Foram dois grandes zagueiros, e depois ficaram tomando conta do time até o fim. Mais de 70 anos de dedicação a um time de futebol amador, no caso de Dolfo. Morreu com 90 anos, ainda trabalhando em sua marcenaria. Seu irmão Índio jogou bola até os sessenta anos, caso único no futebol local. 


A dupla Índio e Dolfo comandava também o carnaval da Escola de Samba Imperadores, ao lado de Arnaud Costa, Brão, Neco Frizo, Zé Batista, Zequinha Bandeira e tantos outros foliões e desportistas itabaianenses. Quando o União foi legalmente criado em 1948, Dolfo já fazia dupla de zaga com Índio. 

Quando morre um benfeitor do esporte, um homem que dedicou sua vida à alegria e ao prazer do futebol e do carnaval durante tanto tempo, a cidade deveria parar e homenagear essa pessoa. Dolfo ficará eternizado como um dos maiores nomes que passaram pela história do esporte na nossa terrinha. Isso nunca se apagará. Fica o nosso sentimento de pesar à família e aos amigos, e o pedido para que a Associação Memória Viva procure resguardar algum material que pertenceu ao nosso craque para um futuro museu de Itabaiana.

Na foto, Dolfo está abraçado ao goleiro Zé de Chéu, em uma das formações do União Sport Clube na década de 50. 

(Foto: Associação Cultural Memória Viva)
www.itabaianapbmemoria.blogspot.com

Velho Fábio,

              justa a homenagem que você presta ao Dolfo, um dos maiores esportistas que a Rainha do Vale  já teve. Recordo-me que na década de 70, eu como presidente do Vasco da Gama de Itabaiana, convidei o Dolfo para ser o treinador do time. De pronto ele aceitou sem cobrar nada em troca, apenas a dedicação ao futebol amador da terra, que ainda tinha o Índio, seu irmão, baixinho, mais um dos melhores zagueiros que eu vi jogar. 

Então aproveito para externar minhas condolência em dose dupla aos familiares dos irmãos Índio e Dolfo, que hoje estão jogando o jogo da alegria em uma outra dimensão, como eles sempre se portaram quando se encontravam na "Barraca da Mentira", de propriedade de Índio, ao lado da matriz da cidade.

Joacir Avelino, de Maceió.

Autores de Itabaiana vão fazer parte de biblioteca em Gurinhém

A sede do Espaço Nordeste em Gurinhém

Gurinhém é um município localizado na microregião de Itabaiana, com pouco mais de 13 mil habitantes. O nome vem do Tupi Guarani, que significa “peixe gostoso”. Esse peixe devia nadar no rio Canta Galo que passa nos arredores da cidade. Gurinhém pertenceu ao município de Pilar, assim como Itabaiana, povoado pelos padres jesuítas que andavam atrás dos índios para catequizá-los, batizá-los e civilizá-los, isso por volta de 1820. Hoje, todo mundo é catequizado e batizado, mas a civilização, que é o estágio mais avançado da sociedade, foi prejudicada pelas distorções econômicas, políticas e culturais que depreciam este meu Nordeste até os dias que correm. 

Diria que os esforços sempre são feitos pelas pessoas que de alguma forma acreditam na redenção das cidadezinhas desta minha Paraíba pela educação e cultura. Alguém de lá tomou a iniciativa de chamar para a comunidade o “Espaço Nordeste”, um projeto do Banco do Nordeste “que busca levar para a região programas de microcréditos urbano e rural, além de projetos culturais”. Na inauguração teve até apresentação de grupos regionais e da banda da Prefeitura. 

Atraído por esse moído cultural, o infatigável Edglês Gonçalves esteve por lá para ver de perto os programas e atividades nas áreas de cultura do “Espaço Nordeste”. Ficou encantado. “Fui para orientar o meu trabalho com a cultura nas cidades de São José dos Ramos e Salgado de São Félix e percebi a evolução dessas pequenas comunidades no aspecto cultural”, disse ele.
Lá ele conheceu a biblioteca do projeto e a articuladora Marília Pinheiro. Falou do nosso Ponto de Cultura Cantiga de Ninar e de nossa (ainda) incipiente Biblioteca Comunitária Arnaud Costa. Marília ficou muito contente por saber que existe em Itabaiana projeto cultural deste nível. Itabaiana é uma espécie de cidade pólo da região, mas carente de equipamentos públicos culturais. Edglês prometeu levar o grupo de teatro para apresentações e os livros dos autores itabaianenses para a biblioteca do “Espaço Nordeste”. 

Já dizia o professor Caju: “lutar contra a ignorância é como lutar contra a morte: inútil, porque ela sempre vence”. Mas, apesar de ser uma guerra já perdida, é necessária. Temos mais de quinhentos exemplares de bons livros em nossa biblioteca à disposição do público, mas raramente aparece uma alma para se ilustrar. Pessimista mesmo é o escritor baiano João Ubaldo Ribeiro quando fala de leitura: “No Brasil, não tem valor positivo ligado à leitura. Ninguém ganha prêmio por ler. Que motivação se tem para ler? Diversão não é mais, que tem o vídeo game, a internet e tal. O que leva um jovem a ler? Nada”. 

De um jeito ou de outro, é nosso dever semear livros. Para perplexidade de muita gente, eu consegui vender mais de 300 exemplares do meu livro “A Voz de Itabaiana e outras vozes” na praça itabaianense. Não sei se vai servir para ler, para embrulhar peixe ou para enfeitar estante, mas que vendi, vendi! 


A propósito, recebi o seguinte recado do meu compadre Dema Azevedo, ex-vice-prefeito de Itabaiana:

“Fábio:
As vezes achamos que o mal irá prevalecer. Mas, a forma de combatê-lo é perseverar fazendo o bem. Não desista. Fazer o certo em Itabaiana é realmente difícil, porque aqueles que usam o poder em  benefício próprio são muito combativos. Que os que trabalham em benefício do coletivo desistam, é tudo que eles querem. Você tem feito um trabalho importante em prol daqueles sem voz e vez, só nos resta apoiá-lo. No que depender de mim, pode contar”.

Comunicadoras da Paraíba terão seu 1º encontro no próximo dia 09 de julho


Luiza Erundina

A deputada federal Luiza Erundina (PSB) será uma das palestrantes


As coordenações de Gênero e de Comunicação da Associação Brasileira de Radiodifusão Comunitária no Estado da Paraíba -ABRAÇO-PB, comandadas por Mabel Dias e Fabiana Veloso, respectivamente, estão ultimando os preparativos para o I Encontro de comunicadoras comunitárias e seminário para Jornalistas, com o tema “Mulher, democratização da comunicação e controle social na Paraíba”. O evento vai ocorrer no próximo dia  09 de julho de 2011, no auditório da PBTur, na praia de Tambaú, em  João Pessoa.

O encontro representa um espaço de discussão das novas tecnologias sociais, assim como um momento especial de fomento para a difusão de novos conhecimentos, visando o desenvolvimento social e comunitário através dos meios de comunicação e do fazer jornalístico, conforme o folder do evento que tem parceria da Secretaria Municipal de Políticas Públicas para as Mulheres, Secretaria de Comunicação da Paraíba e Chefia de Gabinete da Prefeitura de João Pessoa.

Entre as palestrantes estão a jornalista Silvana Torquato, a escritora Sandra Raquew, radialista Denise Viola, professora Ana Veloso, jornalista Bia Barbosa, professora Glória Rabay, jornalista Janaíne Aires, Wanessa Veloso e a deputada federal Luiza Erundina, da Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática da Câmara Federal, coordenadora da Frente Parlamentar pela Liberdade de Expressão e Direito à Comunicação.

O evento marcará o lançamento do livro “Mulheres em pauta – gênero e violência na agenda midiática”, de Sandra Raquew.

Inscrições pelo e-mail: abracoparaiba@gmail.com

segunda-feira, 27 de junho de 2011

História de Mari comove filho ausente


Vista aérea da cidade de Mari/PB

Fernando David me escreve para dizer que é mariense e agradecer por eu ter escrito um resumo poético sobre sua cidade. “É um riquíssimo trabalho que orgulha a todo mariense”, afirma. Trata-se do cordel “Mari, Araçá e outras árvores do paraíso”, contido no livro “Biu Pacatuba – um herói no nosso tempo”.

Confesso que sou capaz de plantar árvores sem esperar desfrutar de suas sombras, mas ver esses vegetais do tal “paraíso” começando a produzir resultados como esta emoção que me passa o leitor Fernando David é a certeza de que a semeadura não terá sido em vão. Eu e muitos compadres e comadres marienses sabem que cultivar valores que incluam o cuidado com a nossa memória histórica, com esforço e dedicação, é essencial para se construir um horizonte de esperança para as gerações seguintes. Minha modesta contribuição para isso foi o lançamento deste livro que conta a história de Mari em versos e traça perfis de algumas personalidades do lugar.

Tirando o lençol da modéstia, acho que sintetizei a história mariense nas sextilhas e croniquetas contidas nas páginas do livro, meu tributo à terra que um dia me adotou e onde saboreei doze anos de boa convivência com aquela gente amiga e fraterna. Não criei raízes mais profundas porque as contingências da vida me trouxeram à capital João Pessoa.

O meu trabalho pode ser lido e copiado no endereço:

Mais um companheiro telegrafista

Aparelho manipulador para transmissões telegráficas pelo código morse


Mário Gomes e Fábio:

Fui telegrafista ferroviário, trabalhei em Triângulo, Itabaiana, Estaca Zero, Soledade, Sertãozinho e Campina Grande, quando pedi demissão e fui ser Sargento radiotelegrafista da Polícia Militar. Deixando a PM, fui ser telegrafista do Primeiro Grupamento de Engenharia, de onde pedi demissão após trabalhar 19 anos. Hoje sou Defensor Público aposentado.

Um grande abraço,

Barbosa  (meu nome de guerra.)




Blog da Rádio Zumbi reproduz programa “Alô comunidade”


O programa “Alô comunidade”, edição deste sábado 25 de junho, já está no blog da Rádio Comunitária Zumbi FM (www.radiozumbijp.blogspot.com)

O programa também faz parte da grade de programação de quatro emissoras de rádios comunitárias paraibanas. Cultura, cidadania, saúde e educação são alguns dos temas abordados pelo programa, que tem duração de uma hora e abrange assuntos das comunidades onde atuam essas emissoras populares.

O programa é transmitido todo sábado, a partir das 14h, pela Rádio Tabajara AM, emissora oficial do Estado da Paraíba. A produção é da Rádio Comunitária Zumbi dos Palmares em parceria com a Associação Brasileira de Radiodifusão Comunitária no Estado da Paraíba – ABRAÇO/PB.

As emissoras comunitárias que desejarem participar do programa devem entrar em contato com Dalmo Oliveira através do telefone (83) 3225.4854.


Grupo de teatro do Ponto de Cultura prepara espetáculo sobre prostituição em Itabaiana

Fred Borges (à esquerda) com o historiador itabaianense Romualdo Palhano (Foto: Débora Lins)

Passados quase três meses, disseram a Judá: Tamar, tua nora se prostituiu e eis que está grávida da sua prostituição. Então disse Judá: Tirai-a para fora, e seja ela queimada.
Gênesis 38:24


O Grupo Experimental de Teatro de Itabaiana (Geti) está montando espetáculo cujo tema é a zona de prostituição em Itabaiana conhecida como “Carretel”. A peça tem direção de Fred Borges com roteiro de Herivelt Lima. “Vamos fazer uma reconstituição da época de ouro dos cabarés em Itabaiana nas décadas 50/60 do século vinte, mostrando esse mundo de certa forma desconhecido e que tem seu fascínio, ao mesmo tempo reprimido e presente em toda sociedade humana”, disse Fred.

O processo cênico de criação tem como referencial a pesquisa desenvolvida pelos  intérpretes, tomando depoimentos de antigos moradores da cidade, reconstituindo o imaginário inerente ao universo da prostituição em Itabaiana, que em si carrega múltiplas situações culturais e sociológicas, como uma atividade permeada de discriminações e intolerância pela sociedade na necessidade de afirmação de sua identidade hipócrita.

Sem vulgaridades, nem apelativos ao sexo pelo sexo, o espetáculo passa as vertentes da prostituição como um subproduto do desenvolvimento capitalista na antiga “capital do gado” com sua feira famosa, marco da época de ouro da cidade.



domingo, 26 de junho de 2011

POEMA DO DOMINGO

OBJETIVOS GERAIS E PELEGAIS


Remir todos os pecados
Apagar as nossas culpas
Sem buscar mais as desculpas
Nem predicados

Alcançar a ventania
Da mais suave monção
Vento de navegação
Em calmaria

Caminhar com pés de lã
No mais incrível declive
Como quem descendo vive
Sem estar malsã

Retomar toda história
Contada pelos vencidos
Os fatos descomprimidos
Sem dor nem glória

Trabalhar em fértil campo
De erva farta e daninha
Lidando com vassourinha
Amando o trampo

Poupar tronco e machado
Do atrito derradeiro
Na sombra do ingazeiro
Acautelado

Reduzir a quase zero
As circunstâncias febris
Retendo a força motriz
Com grande esmero

Permitir que a força vença
Sem humilhar o trabalho
Unir a foice e o malho
Sem desavença

Fábio Mozart