domingo, 8 de maio de 2011

POEMA DE DOMINGO

Auto-retrato 1


Nasci em Pernambuco.
Na Paraíba, terminei de intuir uma beleza
que nem sei o que é.
Gosto de vida rústica, entre a luz e o sem nome.
Não tenho ganhos.
Sou apaixonado pelas palavras.
Mas gosto mais de sexo.
“Uma noite de amor é um livro de menos”.
Quase sempre estou inteiro naquilo que escrevo.
Fiz o censo demográfico em 1970.
Escrevi um poema em 1970.
Fiz o noviciado da paixão em 1970.
Não ganhei a Copa do Mundo em 1970.
A partir daí, minha vida é uma colagem de disparidades.
Atualmente, sonho com um ideal,
longe de qualquer nostalgia, mas com a gravidade
das coisas que precisam prosseguir.
Aos sábados, consumo carne de bode.
 
Auto-retrato 2


Sou crenças, superstições, fantasmas da humanidade,
Sou um cidadão comum sem qualquer idoneidade.
Sou malícia, sou má fé, sou um ato criminoso,
Sou velhaco, sou mané, presumido e orgulhoso.
Pornotube, redtube são meus sites preferidos,
Sou tarado, mal amado, kamasutras revividos.

Sou disfarce, sou suspeito, sou poço de fingimento,
Mentiroso, presunçoso, preguiçoso e avarento.
Sou vaidade, sou covarde, cão que ataca o seu dono,  
Capaz de mil mesquinhezas sem nunca perder o sono.
Sou a natureza humana, da mescla vivo a mercê,
Sou veneno, sou dejeto, eu sou eu e sou você.

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