quinta-feira, 21 de abril de 2011

Miquinho e seus eleitores amestrados


Miquinho é uma figura emblemática da política de Itabaiana do Norte, onde os políticos têm o péssimo costume de contratar cabos eleitorais para suas embuanças de eleição, como diria Jessier Quirino. No dicionário nordestinês, embuança significa briga, conflito, quebra pau eleitoral. Imaginar eleição em Itabaiana sem o concurso de Miquinho é improvável. “Peguei esse vírus e não tem mais cura”, diz Miquinho, anunciando o próprio filho como candidato a vereador nas próximas eleições. 

Miquinho foi jogador de futebol e por descuido não virou profissional. Era bom de bola. Jogava no Vila Nova. Para arrumar um empréstimo bancário na Caixa Beneficente comandada por João Cavalcante, cartola do time rival, o União Esporte Clube, Miquinho virou a casaca e jogou um clássico com a camisa do time de Dolfo e Índio. Daí nunca mais parou de virar a casaca. Joga no time que tiver melhores condições de lhe agradar. Já foi adepto da prefeita dona Dida. Agora morre de amores pelo agropecuarista Dema, candidato a prefeito do lugar. Miquinho diz que comanda centenas de votos em sua rua e adjacências. “Tenho muitos amigos e todos me acompanham”. 

Na verdade, Miqunho é um sujeito que gosta de viver para os semelhantes. Não importa se usa isso como moeda de troca no jogo safado da política, mas pessoas que cuidam de quem precisa, que fazem pequenos favores, que se importam com a dor alheia são dignas de respeito. Sem falar na alegria permanente do cara. Miquinho é um homem alegre e jovial que dificilmente perde seu natural bom humor. É um cara com a paixão da boa mesa, das bebidas com os amigos. Convidou-me para comer um bode numa granja em Jureminha. Provavelmente não irei por recomendação médica, porque em matéria de cachaça já tomei toda minha cota. Mas mando meus cumprimentos à confraria de Miquinho, itabaianenses de boa cepa.

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