domingo, 27 de março de 2011

POESIA DE DOMINGO


DELÍRIO

Nua, mas para o amor não cabe o pejo,

na minha a sua boca eu comprimia.

E, em frêmitos carnais, ela dizia:

mais abaixo, meu bem, quero o teu beijo!


Na inconsciência bruta do desejo

Fremente, a minha boca obedecia,

E os seus seios, tão rígidos, mordia,

Fazendo-a arrepiar em doce arpejo.


Em suspiros de gozos infinitos

Disse-me ela, ainda quase aos gritos:

mais abaixo, meu bem! Num frenesi.


No seu ventre pousei a minha boca,

Mais abaixo, meu bem! disse ela, louca,

Moralistas, perdoai! Obedeci...


Soneto creditado a Olavo Bilac, que além de Príncipe dos poetas era também rei das gretas

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