sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

GOLPE DA CASA PRÓPRIA


Prestações da casa própria: Caixa quer cobrar juros mais altos

Quem quiser obter um financiamento bancário com prazo de 15 anos para comprar um apartamento no valor de R$ 100 mil deve pensar muito antes de assinar qualquer papel. Ao final dos 180 meses de contrato, o tomador do empréstimo terá desembolsado o equivalente a três apartamentos para zerar sua dívida com banco por causa dos juros de 12% e da correção do débito pela Taxa Referencial (TR). Parece ruim, mas vai haver negócio pior. De acordo com cálculos da Associação dos Mutuários do Distrito Federal (Asmut-DF), as novas linhas de crédito da Caixa Econômica Federal podem transformar o sonhado apartamento de R$ 100 mil em uma despesa (ou dívida) superior a R$ 500 mil.

Comprei uma casa pela Caixa Econômica no ano passado, depois de enfrentar um tsunami burocrático. Em um ano, paguei quinze mil reais. Desse montante, só quatro mil foi para amortização da dívida. O restante refere-se a juros e taxas.

O estarrecedor é verficar que a fonte desses financiamentos é o próprio trabalhador, através do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço. Sua lógica é a de uma intensiva extorsão de recursos dos mais pobres (compradores) e, no fim da linha, uma nova extorsão dos pagadores contumazes de impostos no Brasil. O trabalhador acaba pagando mais que o dobro do valor dos seus imóveis. Quem ganha no final? Os de sempre: os contribuintes virtualmente isentos (ricos em geral, e a classe média dona de negócios, escritórios, consultórios, com enorme índice de sonegação), fabricantes de materiais de construção e empresários do ramo da construção civil, além dos ladrões do sistema financeiro.

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