segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

De mentiras e mentiras


Ai quem me dera uma feliz mentira
que fosse uma verdade para mim!
J. DANTAS

“Mentir é universal – todos nós o fazemos. Entretanto, uma coisa sábia é treinarmos a nós mesmos para mentirmos conscientemente, prudentemente; mentirmos por um bom objetivo e não para um mal; mentirmos para a vantagem dos outros e não para a nossa própria; mentirmos profilaticamente, caridosamente, humanitariamente, e não cruelmente, ferinamente, maliciosamente; mentirmos graciosa e gratuitamente, e não grosseiramente, desajeitadamente; mentirmos firmemente, francamente, retamente, com a cabeça erguida, não vacilantemente, tortuosamente, de um modo pusilânime, como se estivéssemos com medo. Então seremos libertos da verdade pestilenta que está apodrecendo a terra; então seremos livres, grandes, bons e belos, dignos habitantes em um mundo onde até a benigna natureza habitualmente mente, exceto quando ela promete tempo ruim”. (Mark Twain)

Conheci grandes mentirosos. Na minha cidade, Itabaiana, o mais famoso deles atendia pelo nome de Zé 41, caçador invulgar, atirador fino e contador de estórias. Lembro de muitas delas. Dizia que sua mulher era uma costureira tão rápida que costurou uma camisa inteira numa noite escura, somente com a luz de um relâmpago na tempestade. Na mesma noite, ele encontrou-se com o diabo na cancela da porteira. Conversaram por horas, ficando acertado que nem Zé 41 caçaria no inferno nem o demônio espantaria sua caça nas matas de Itabaiana.

Já os mentirosos da política são perigosos, covardes. Mentem oficialmente e descaradamente. Suas mentiras ofendem a barriga cheia de vermes do menininho da periferia e o futuro da mocinha que estuda na escola pobre do interior. O ex-presidente Lula falou um dia: “A desgraça da mentira é que, ao contar a primeira, você passa a vida inteira contando mentira para justificar a primeira que contou”. Os caras que estão no poder ou buscando essa meta são tão loucos que já nem sabem onde começa a realidade e a fantasia. A mentira fica sendo lugar comum. Eles chegam a acreditar em suas próprias mentiras de tanto manipular a verdade.

A mentira mais nojenta do político: o imundo quebra as pernas do cidadão, a seguir dar-lhe muletas e diz: "veja você, sem eu ninguém pode caminhar." Todos eles servem ao demônio que comanda essa mentirada universal dos podres poderes. Obama serve aos interesses de Wall Street, Clube Bilderberg, CFR e etc. Já o Lula, a Dilma, o Serra e demais mentirosos servem ao Diálogo Interamericano, que serve aos americanos e assim gira a roda da mentira. O olho que tudo vê nos escraviza através da mentira veiculada por uma mídia asquerosa.

Na nossa terra, nossos mentirosos oficiais também não possuem estilo. Não sabem governar sua cozinha, mas querem administrar cidades. Suas línguas viperinas estão sempre mentindo. Roubam, fazem alianças espúrias. Se deixar, eles vendem até o eleitor. E sempre mentindo.

Mentir é uma das mais difíceis artes criada pelo homem. Portanto, viva o mentiroso da vertente que afirma: a arte é uma mentira que revela a verdade. Abaixo a mentira falsa, mentira oficial. Em Itabaiana, é famoso o meu amigo Índio, já falecido. Dizia o velho Índio que comprou trinta cordas de caranguejos em Cabedelo e veio tangendo os bichinhos pela estrada até Itabaiana. Só perdeu três caranguejos: dois fugiram para o mato e um morreu por ter chupado um picolé de groselha suado.

Um comentário:

  1. Parabéns pela crônica, mentira é isso mesmo.Com relação a mentira do político eu penso assim:
    " Mentira de político conjugada com a vontade do eleitor de levar vantagem em tudo, enche uma cidade de merda"
    As atuais fotos de Itabaiana, mostra claramente isso.
    Orlando Araujo

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