sábado, 5 de fevereiro de 2011

De como o capitalismo virou o sistema preferido por Deus

Em conversa com meu compadre Zé Ramos, que há muito tempo não via, ele perguntou se eu ainda era comunista. Eu e Deus, respondi ao compadre. E explico:

Segundo o livro “Atos dos Apóstolos", os primitivos cristãos procuravam organizar a sociedade: "A multidão dos fiéis era um só coração e uma só alma. Ninguém considerava seu o que possuía, mas tudo era comum entre eles (...). Não havia entre eles indigente algum; (...) e distribuía-se a cada um segundo a sua necessidade". Depois que o imperador Constantino romanizou temporalmente a Igreja, esta passou a adotar as desigualdades e injustiças do Império Romano.

Mesmo assim, mesmo governada por papas como Alexandre VI, a Igreja continuou condenando a usura e a ganância. Como Max Weber demonstrou de modo irrespondível, foi o pensamento protestante que procurou legitimar a injustiça social e a desigualdade: segundo os ideólogos "brancos, anglo-saxões e protestantes", a riqueza era um sinal de predileção de Deus. E, juntando-se isso à "sobrevivência do mais apto", de Darwin e Spencer, o capitalismo virou o sistema político, econômico e social preferido pelo Deus dos novos dominadores.


Na minha opinião, Deus continua comunista.

O que acham meus compadres, crentes ou não?


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