sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Dona Dida é uma lenda viva

Com seu charme e elegância, Dida recebe o diploma de Prefeita

Começo a desconfiar que o mundo não conspira a meu favor. É que tenho escrito nesse espaço cibernético sobre os mais variados temas, alguns até atraentes e importantes, outros de real interesse público. O retorno é pífio. Ninguém comenta os lances da Toca.

Foi só escrever uma croniqueta bem humorada e inconsequente sobre a prefeita de Itabaiana e seus malabarismos burocráticos no mundo do apadrinhamento político que todo mundo tomou conhecimento. Chegando em Itabaiana, a primeira pessoa que eu vi foi logo comentando, dentro do Programa de Aceleração da Fofoca, a única coisa que funciona bem na terrinha. Essa pessoa informou que a prefeita ficou muito descontente com meus comentários. A crônica circulou em papel impresso e deu panos pras mangas, como se diz.

Vejam o que escreveu Luiz Gustavo Guerreiro Moreira: “A corrupção e incompetência dos governantes aliadas a uma cultura política autoritária, baseada em redes de proteção e interesses, práticas de clientelismo, caciquismo e violência política têm convertido ou consolidado os municípios como espaços naturais de disputa profundamente antidemocráticos. Estes espaços são cooptados por grupos e redes de poder. As práticas de apadrinhamento e nepotismo são, a meu ver, a principal base de sustentação do problema. Mas a cultura de “defender os meus” não está circunscrita ao campo da política. É bastante comum na sociedade. Ninguém respeita o princípio ético da impessoalidade. E quem toma as rédeas do poder passa a crer que está acima da lei, que é o dono da cidade e de tudo que é público. Só uma sociedade fortalecida, politicamente educada e comprometida com seus próprios interesses pode modificar isso. Enquanto 80 por cento da população depender de dinheiro (migalhas) público para sobreviver, não haverá nenhuma mudança”.

Entretanto, sobre dona Dida eu diria que ela está acima do bem e do mal. É uma lenda viva da história política daqui. Não é fácil ser uma lenda viva. Por que uma pessoa sacrifica sua vida familiar e profissional para se dedicar à política? Depois de todos esses anos, e são muitos, dona Dida está aí forte e decidida, sempre procurando defender seu espaço político, armando sua rede de influências, manobrando nas linhas tortuosas da política local. Jamais vai se aposentar. Pode ser que um dia venha a enfrentar adversários que se preocupem com desenvolvimento estratégico para a cidade, que tentem envolver as pessoas em debates sobre participação popular, mas ela vai continuar distribuindo cestas básicas e subempregos públicos, protegendo seus seguidores e perseguindo os adversários, porque assim funciona o populismo. Qual o político de Itabaiana que pode atirar a primeira pedra em dona Dida?

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