domingo, 15 de agosto de 2010

No tempo das coisas singelas


Ontem (14 de agosto) li o livro “No tempo das coisas singelas”, de Tião Lucena, das 11 da manhã até as 4 da tarde, com intervalo para o almoço. São 145 páginas de crônicas saudosistas deliciosas. O conhecido e festejado jornalista de Princesa Isabel mostra a frescura (no bom sentido), a vivacidade e o calor das melhores páginas memorialistas.

Falta-lhe grandiosidade, pompa e circunstância. Os escritos de Tião ressentem-se da ausência de moralidade, seriedade e compostura, o que é ótimo! Sem esses elementos, fica livre o memorialista para celebrar a harmonia do homem com a natureza e a vida, de quebra nos dando lições de história e paraibanidade.

Conforme escreve Clotilde Tavares na orelha do livrinho, “seu tom picaresco pode até ofender os puritanos, mas garanto que até mesmo estes arranjam um local solitário para se deliciarem secretamente com o texto”.

Agora vou levar o livro para a Biblioteca Comunitária Arnaud Costa, do Ponto de Cultura Cantiga de Ninar em Itabaiana, para que outros leitores possam ter a satisfação de pegar carona no universo do compadre Tião Lucena, que o limitado mundo de cada um é o princípio e o fim do reino do homem. Levando esse preceito às últimas consequências, estou lançado meu livro “A voz de Itabaiana e outras vozes”, onde também desempenho o mister de lembrar meus bons tempos na minha velha Itabaiana, com a mesma trivialidade do livro de Tião, sem contudo o humor e a inspiração desse confrade sertanejo, cuja obra é rica de interesse humano e me faz reacender o desejo de conhecer a cidade de Princesa Isabel, agora com a curiosidade aumentada pela leitura das suas recordações pessoais.

Valeu, Tião!

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