quarta-feira, 14 de julho de 2010

Acusação de plágio termina em cacete no lombo


Zé Ramalho no tempo em que batia em crítico como se bate em mala velha pra largar o pó

Ainda sobre plágio, meu compadre Roberto Palhano manda artigo do Tião Lucena, que comemora dois milhões de acessos ao seu blog, figurando entre os cem sites mais visitados do mundo. Eis o que escreveu Tião sobre uma denúncia de plágio na Paraíba:

“Uma agressão marcou a imprensa nos idos de 80. Ano da fama de Zé Ramalho, saído daqui como bom cantor de conjunto, virado celebridade e mito no sul do país, cantando músicas doidas como aquela que falava de múmias e sarcófagos egipcios.

Celebrizado no país, Zé voltou à terra natal para um show. Grande show, casa cheia, falatório na imprensa, cidade agitada com a chegada do agora mito. Carlos Aranha, crítico de música, escrevia coluna em A União. Saudando o amigo que chegava, Aranha insinuou que “Admirável Gado Novo”, sucesso de Zé, era de outra autoria, Zé teria se apoderado indevidamente da música e a colocara como sua, ignorando o verdadeiro autor.

Zé Ramalho leu a coluna de Aranha, ficou calado, fez o show, dia seguinte saiu do hotel no onibus que o levaria com a comitiva ao Aeroporto, antes disso deu uma passadinha pela redação de A União que funcionava perto do Bompreço da Castro Pinto, parou, desceu, bateu palmas em frente a redação, chamou por Aranha, lá veio Aranha faceiro e sorridente, quando chegou perto Zé deu-lhe um tapa olho que levou Aranha à grama. E não deu mais porque Ferretão, funcionário das oficinas de dois metros e alguns centímetros, viu o acontecido, correu de lá e desafiou o ídolo: “Venha bater num homem!” Zé sentiu que iria enfrentar um cabra acostumado a botar peixeira em bucho de desafeto. Preferiu recuar, debrear e ir embora. Entrou no onibus e se foi para o Castro Pinto, deixando para trás um Aranha inchado, choroso e doído.

Não preciso dizer que a imprensa protestou, fez artigos candentes, chamou Zé Ramalho de um tudo, mas depois silenciou ao notar que o próprio Aranha perdoava o agressar e voltava às boas com ele.”

Parabéns ao Tião. Vou plagiar seu estilo, pra ver se arrumo ao menos um décimo dos seus leitores.

Um comentário: